Importação em sites como Shein e Shopee volta a crescer e chega a US$ 916 mi
Pesquisa da Vixtra indica que queda do setor em abril foi motivada pela intensa discussão sobre a taxação das compras
As importações de produtos de pequeno valor, categoria que inclui os itens comprados em plataformas de comércio eletrônico como Shein e Shopee, voltaram a crescer. Segundo dados mapeados pela fintech Vixtra, o mercado movimentou US$ 916 milhões em maio, um aumento de 31% em relação a abril. Embora ainda esteja abaixo do patamar de maio/22, quando as importações atingiram US$ 937 milhões, o resultado indica uma recuperação do setor, após ter registrado uma queda de 25% em abril em relação ao mês de março.
Há diversos motivos para o recuo em abril, mas o principal, de acordo com o levantamento, é a intensa discussão sobre a possível taxação dessas compras pelo governo brasileiro. A possibilidade de aumento de impostos, que implica no aumento do preço final do produto, gerou incertezas no mercado e fez com que muitos consumidores reduzissem suas compras.
Já em maio, o volume de importações voltou a crescer. "Apesar de ainda ser menor que o mesmo período de 2022, é um indicativo importante da força dessas importações no mercado. É possível que esse aumento esteja relacionado à demanda represada em abril, quando o assunto estava mais em pauta. Nos próximos meses, provavelmente veremos um valor similar ou abaixo do patamar de maio, em razão de uma possível taxação", analisa Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra.
A fintech ressalta que, apesar de ter negado a implementação de taxas a esse tipo de produto, o governo vem buscando alternativas para aumentar a arrecadação. "Temos visto um esforço do governo visando implementar algum tipo de taxa a esses produtos. Não sabemos se, de fato, essa nova portaria será aplicada ou se o governo desistirá, assim como aconteceu em abril. De todo modo, é praticamente certo que, a médio prazo, as compras sofram alguma mudança no que diz respeito a regulamentações tarifárias", diz Leonardo.
O executivo considera imprescindível que os órgãos reguladores promovam um diálogo transparente entre todas as partes envolvidas. "Tal medida visa não apenas evitar incertezas, mas também salvaguardar os interesses dos consumidores, garantindo uma concorrência saudável e a oferta de produtos a preços acessíveis", conclui.