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O RD Summit chegou ao fim. Valeu todo o hype?

Edição 2022 recebeu mais de 11 mil pessoas e 130 palestrantes ao longo dos dias 26 e 28 de outubro

1 nov 2022 - 23h31
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O RD Summit, maior evento de vendas e marketing digital da América Latina, reabriu as portas pela primeira vez em 3 anos, após as restrições da pandemia. Como manda a tradição, o evento aconteceu em Florianópolis (SC) e, este ano, recebeu mais de 11 mil pessoas, 130 palestrantes e somou 180 horas de programação ao longo dos dias 26 e 28 de outubro.

RD Summit
RD Summit
Foto: Green Fotografias/Divulgação / Startups

Já faz alguns anos que o evento ganhou o status de Rock in Rio e a Disneylândia do marketing digital - não por acaso. A estrutura gigantesca, os convidados de peso, megashows ao vivo, espaço para tatuagem e multi experiências dão um ar descontraído e fazem do RD Summit um dos - se não o mais - hypados da Ilha da Magia.

Promovido pela RD Station, a edição de 2022 discutiu alguns dos assuntos mais quentes do mercado em áreas de experiência e sucesso do cliente, desenvolvimento pessoal, gestão e estratégia, diversidade, marketing, vendas e inovação. Entre os palestrantes, estiveram nomes como Flavia Garcia (Google), Claudia Woods (WeWork), Pedro Alvim (Magazine Luiza), Genesson Honorato (OLX Brasil), Mariana Assis (Meta) e João Branco (McDonald's).

O Startup, é claro, não ficou de fora dessa festa. Ao longo dos 3 dias de evento você acompanhou por aqui os maiores destaques desta edição. Agora que o evento chegou ao fim, paramos para refletir sobre o que deu certo e o que poderia ter sido melhor. Veja, a seguir, os principais pontos:

Infraestrutura

A estrutura do RD Summit 2022 foi a maior já preparada pela organização do evento. Foram mais de 60 dias para a montagem, em uma área com mais de 56 mil metros quadrados. Para suportar as quase 12 mil pessoas, o evento ocupou os 2 andares do Centro de Convenções CentroSul, além das lonas adjacentes para fazer o espaço crescer e as demais áreas como estacionamento, passarela e ambientes externos.

Foram dezenas de salas de imersão e networking, plenária e uma feira de negócios. E não termina por aí. O RD Summit contou com quiosques de cafés, bares, área para happy hour, espaços instagramáveis, e um local com mais de 60 food trucks disponíveis para a alimentação do público nos 3 dias de programação. A paisagem de fundo foi um belo plus, com vista para o mar e o pôr do sol.

Pela manhã tinha fila grande para entrar no evento, assim como acessar os food trucks na hora do almoço e garantir um lugar nos painéis mais badalados como o de Bianca Andrade (Boca Rosa). Mas nada demorado o suficiente para diminuir a euforia dos participantes. Ainda assim, a fila grande da plenária ocupava um espaço considerável do corredor principal, dificultando a locomoção em alguns momentos.

O grande problema foi em relação à internet. Já no primeiro dia, o wi-fi caiu e a rede 4G e 5G da maioria dos participantes deixou de funcionar. O incômodo chegou não só nos jornalistas que tentavam publicar seus textos, mas também nos participantes e na próxima organização do evento, já que a transmissão online ficou fora do ar por algumas horas. Sem internet, ficou difícil acessar o aplicativo exclusivo do evento, usado para consultar a programação e o mapa do espaço, além de avaliar conteúdos e fazer novos contatos.

No mesmo dia a equipe reconheceu o problema e explicou que a causa havia sido a quantidade de pessoas utilizando ao mesmo tempo. Eric Santos, presidente da RD Station, reconheceu que, fisicamente, o evento já chegou em seu limite em Florianópolis. "Todo ano saímos do RD Summit sem saber se a próxima edição será aqui outra vez. Sempre avaliamos a experiência dos participantes na cidade, as condições climáticas e a estrutura. Em Floripa, fisicamente, chegamos no limite do lugar", disse durante entrevista coletiva com jornalistas.

Não seria a primeira vez que um megaevento se realocou pela falta de infraestrutura para eventos na região. A Futurecom, maior evento do setor de telecomunicações, TI e internet do Brasil, nasceu em Florianópolis, mas desde 2008 tem sido realizada em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

Diversidade

Este ano, o RD Summit se uniu à empresa Profissas, uma escola de diversidade focada em educação corporativa, para criar trilhas de conteúdo sobre diversidade e inclusão e fazer a curadoria de parte importante dos mais de 130 palestrantes. A parceria contribuiu para um aumento considerável de palestrantes negros em relação aos outros anos, embora eles ainda sejam minoria e o número esteja longe do ideal.

Nomes como Nina Silva (Movimento Black Money), Adriana Barbosa (PretaHub), Genesson Honorato (OLX Brasil), Preto Zezé (CUFA), Ana Minuto (Minuto Consultoria), Amanda Graciano (Fisher Venture Builder), Vitor Martins (Especialista em D&I), Ricardo Silvestre (Black Influence), Ana K Melo (XP Inc) e Karen Santos (UX para Minas Pretas) marcaram presença.

No entanto, apenas 2 pessoas negras estavam na plenária - o maior espaço do evento. O norte-americano Will Reynolds, fundador e vice-presidente de inovação da Seer Interactive, subiu no palco para falar sobre SEO, e Rosângela Menezes, diretora da Awalé, falou sobre as tendências inovadoras no marketing digital. A organização do RD Summit explicou que os palcos são determinados pela quantidade de pessoas interessadas em ver cada painel, a partir da favoritação das palestras no app do evento.

Outro ponto positivo foi que a programação incluiu pessoas com deficiência como Pequena Lo (influenciadora digital), Rodolfo Ferrim (ator e apresentador) e Katya Hemelrijk (diretora de operações da Talento Incluir), apesar de o número de palestrantes ainda ser bem pequeno. Além disso, o RD Summit 2022 uniu-se ao Greenpeace, a Profissas e a UNESCO-SOST Transcriativa para criar o Parque Unesco Sost, uma instalação com mais de 800m² para falar sobre Sustentabilidade, Educação e Diversidade em conexão com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Era possível notar a diversidade geográfica dos participantes, com pessoas de todo o Brasil. Segundo o RD Summit, entre as 11 mil pessoas inscritas cerca de 27,5% eram de Santa Catarina, 23,1% de São Paulo e 10,9% do Rio Grande do Sul. Também havia pessoas do Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Amazonas, Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Visão do palco da plenária do RD Summit
Visão do palco da plenária do RD Summit
Foto: Green Fotografias/Divulgação / Startups

Networking

Na parte do networking não tem muito como dar errado. Além das mais de 11 mil pessoas e 130 palestrantes, o RD Summit reuniu 23 startups e mais de 80 marcas expositoras na feira de negócios. Mesmo se você estivesse na fila para ir ao banheiro ou compartilhando uma das longas mesas no espaço gastronômico, era inevitável conhecer pessoas novas e trocar uma ideia sobre quem elas eram e onde trabalhavam.

Mesmo sendo um evento focado em vendas e marketing digital, os participantes atuavam em diversas áreas de negócios. Em uma consulta rápida na plenária na abertura do evento, o apresentador Márcio Ballas perguntou quais eram as áreas de trabalho dos participantes e vimos uma grande quantidade de mãos levantadas para finanças, sucesso do cliente, diversidade e inovação.

Por ser o maior evento da região, o hype começava antes mesmo de chegar em Florianópolis. Ainda no aeroporto de São Paulo, uma pessoa que estava na minha frente na fila para entrar no avião perguntou a outro sujeito se ele estava indo para o evento. Perceberam que um já tinha feito o curso do outro e, antes mesmo de embarcar, já tinham trocado cartões e até gravado stories contando a animação de se encontrarem.

Conteúdo

Foram mais de 180 horas de programação simultânea. No meu caso, tinha tanto conteúdo que foi impossível acompanhar tudo o que queria, já que a cada hora aconteciam 7  palestras no mesmo horário. Os palestrantes eram autoridades e especialistas em suas áreas de atuação e os conteúdos abordavam de tudo um pouco, de metaverso e venture capital a saúde mental e publicidade.

O ponto alto foi que, mais do que discursar sobre determinado assunto, os palestrantes pareciam realmente interessados em passar conhecimento. Muitos deles basearam as apresentações em dicas e insights para ajudar os participantes a alcançar determinado objetivo - seja ele fazer um M&A, adotar o flywheel de inside sales ou internacionalizar uma empresa.

"O RD Summit vem se consolidando, ano após ano, como um evento procurado principalmente por tomadores de decisão, que representam 65% do nosso público, mas, ao mesmo tempo, oferece um conteúdo que enriquece todo tipo de profissional que vive, na prática, os desafios e as evoluções do mundo dos negócios", afirma Denis Braguini Bevacqua, diretor de eventos da RD Station, em nota.

O conteúdo é voltado para quem deseja aprimorar seus conhecimentos tanto em processos operacionais quanto em gestão nas áreas de Marketing, Vendas, Inovação, Tecnologia, Negócios, Desenvolvimento Pessoal, Finanças, Customer Experience e Customer Success. Assim como o público, os palestrantes também vieram de diferentes regiões do Brasil, com exceção de alguns nomes internacionais como Jacco van der Kooij, April Dunford e Wil Reynolds.

(A jornalista viajou a Florianópolis a convite da RD Station)

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