Uruguaia dLocal recebe aval para operar como IP no Brasil
Instituição nasce com capital social de R$ 36 mi e aval como emissor de moeda eletrônica e iniciador de transação de pagamento
A fintech de pagamentos uruguaia dLocal acaba de receber autorização do Banco Central (BC) para operar no Brasil como instituição de pagamento (IP). O aval é válido para as modalidades emissor de moeda eletrônica (que permite gerir contas de pagamento pré-pagas) e iniciador de transação de pagamento (ITP).
Conforme a publicação no Diário Oficial da União desta segunda-feira (17), a IP da dLocal Brasil tem sede em São Paulo (SP) e nasce com capital social de R$ 36 milhões. Os controladores são Aline Eva Herrnstadt Chodorow, Andrés Bzurovski Bay e Sergio Enrique Fogel Kaplan — esses dois últimos são cofundadores da fintech.
Primeiro unicórnio uruguaio
Fundada no início de 2016, a dLocal é uma processadora de pagamentos cross-border que conecta comerciantes globais a mais de 900 métodos de pagamento em 40 países nas regiões da América Latina, Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África.
Ao todo, mais de 600 merchants e PSPs (provedores de serviços de pagamento) utilizam as soluções da fintech. Na lista, estão gigantes como Uber, Booking.com, Rappi, Amazon, Dropbox, entre outros. No primeiro trimestre deste ano, a empresa somou um volume total de pagamentos (TPV) recorde de US$ 3,6 bilhões.
Primeiro unicórnio do Uruguai, a dLocal atingiu esse status em setembro de 2020, quando recebeu US$ 200 milhões em rodada liderada pela General Atlantic (GA). Menos de um ano depois, a fintech fez uma bem-sucedida estreia na Nasdaq chegando a valer mais de US$ 11 bilhões. Atualmente, a companhia tem um valor de mercado de pouco mais de US$ 4 bilhões.
Competição
O principal concorrente da empresa é o unicórnio brasileiro Ebanx, que ajuda marcas globais a processar e gerenciar pagamentos em 18 países — 15 na América Latina e 3 na África.
Desde a fundação, em 2012, a empresa já captou US$ 460 milhões, de acordo com o Crunchbase. A última rodada foi anunciada em junho de 2021, quando recebeu US$ 430 milhões em um aporte liderado pela Advent International. Desde então, a fintech mira um IPO, mas ainda não encontrou uma janela favorável.
Quem também desembarcou recentemente no Brasil foi a Liquido, fundada há cerca de três anos na cidade de Mountain View, na Califórnia, pela dupla Shanxiang Qi (ex-DiDi e Uber) e MengKe 'MK' Li (ex-Google e Microsoft).