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Petrobras (PETR4): reajuste dos combustíveis diminui riscos e melhora perspectiva de dividendos, diz BTG

23 ago 2023 - 14h06
(atualizado às 18h24)
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As ações da Petrobras (PETR4) fecharam em forte alta nesta quarta-feira (23), entre os maiores ganhos do índice, após o BTG Pactual elevar para "compra" a recomendação para as ações, com preço-alvo a US$ 16 para as ADRs. Analistas dizem enxergar riscos menores para a companhia após o reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado na semana passada, com impacto positivo na perspectiva de pagamento de dividendos.

No fechamento, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 5,33%, cotadas a R$ 32,24, enquanto as ordinárias (PETR3) avançam 5,7%, a R$ 35,41.

Em relatório, os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, afirmaram que a "decisão da semana passada de aumentar os preços dos combustíveis marcou a queda de uma das últimas razões para nossa postura cautelosa de longa data sobre as ações".

Na semana passada, a Petrobras aumentou em 16,3% os preços médios da gasolina vendida às distribuidoras e em 25,8% os do diesel, diante de uma defasagem em relação ao mercado internacional após a alta da cotação do petróleo, impedindo riscos ao abastecimento. 

Ainda de acordo com o documento, a equipe do BTG Pactual afirmou ter "subestimado" os mecanismos de defesa dos estatutos da Petrobras, além da proteção oferecida pela lei das estatais.

"Nós agora acreditamos (e esperamos) que a alocação de capital da Petrobras não pode ser tão facilmente gerenciada, protegendo os resultados. Preserva seu balanço enxuto e melhora a visibilidade de que os dividendos permanecerão mais fortes por mais tempo".

Para o BTG, apesar de ruídos, as ações da nova diretoria da estatal vêm mostrando não apenas um "grau razoável de racionalidade", pois também têm evitado colocar grandes investimentos financeiros e fortalezas operacionais em risco.

Petrobras deixará de focar no pré-sal para mirar em ativos rentáveis, diz diretor

O diretor de Exploração e Petróleo da Petrobras (PETR4), Joelson Falcão Mendes, afirmou que o foco da estatal não será mais exclusivamente nas reservas de pré-sal, mas sim na otimização do seu desenvolvimento produtivo, mirando ativos rentáveis no geral, tanto em terra firme (onshore) quanto em águas rasas.

A afirmação, feita durante a 24ª Conferência Anual do Santander, ocorreu no âmbito da mudança em curso na estratégia da Petrobras para a continuidade da sua linha de exploração de petróleo.

Segundo o Plano Estratégico 2023-2027 da Petrobras, ainda válido, aponta que a empresa tinha como objetivo maximizar valor do portfólio, com foco em ativos de águas profundas e ultraprofundas, além de desenvolver a região do pré-sal e a exploração de novas fronteiras de óleo e gás.

Apesar da mudança na estratégia, Mendes ressaltou que o pré-sal continuará ocupando lugar de destaque dentro da estatal. Segundo ele, a região já representa quase 80% da produção total da empresa e a tendência nos próximos anos é de crescimento da fatia, por conta do resultado de investimentos já realizados pela companhia, estabelecidos no Plano Estratégico.

Dos 17 objetivos planejados pela Petrobras, quatro já foram colocados em prática e os 13 restantes já estão em fase de contratação de equipamentos. Entre eles, está em andamento o principal que é o FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de óleo e gás, em português), capaz de potencializar a produção no pré-sal, afirmou Mendes.

"Estamos este ano com uma produção de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia, e para reforçarmos a manutenção da nossa produção anual precisamos adicionar 270 mil barris por dia em novos projetos. Temos conseguido fazer isso. Esperamos um crescimento consistente até o final da década. Acreditamos em uma manutenção das nossas reservas provadas", disse o diretor.

Transição energética

Recentemente, a Petrobras criou a diretoria de transição energética, responsável pelo estudo e desenvolvimento de projetos renováveis. A nova unidade tem a missão de equilibrar o objetivo de reduzir as emissões de carbono, ao mesmo tempo em que os projetos também possam gerar valor para a empresa, ponderou Mendes.

Ele destacou que a empresa possui uma grande gama de projetos para transição energética, destacando que a empresa busca parcerias para garantir a efetividade das iniciativas com foco sustentável.

"Vamos investir em energia eólica, solar e hidrogênio verde. Faremos investimentos já considerando que eles serão rentáveis, não estamos investindo só porque eles são verdes", disse o diretor de Exploração e Produção da Petrobras.

Com informações de Estadão Conteúdo

Suno
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