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Diretor diz que BC fará o necessário por inflação na meta

Diretor Luiz Awazu Pereira da Silva também disse que o País terá de ser "especialmente cauteloso" com o cenário externo

15 dez 2014 - 14h02
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<p>Sede do Banco Central, em Brasília</p>
Sede do Banco Central, em Brasília
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O diretor de Regulação e de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, afirmou nesta segunda-feira que o BC fará "o que for necessário" para fazer a inflação convergir para o centro da meta até 2016, mas ao mesmo tempo o País terá de ser "especialmente cauteloso" diante do cenário internacional.

"O objetivo é fundamental: convergência da inflação para a meta fazendo o que for preciso para que isso ocorra em 2016", disse o diretor ao participar de evento no Rio de Janeiro.

A meta do governo é de 4,5% pelo Instituto Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. O indicador tem rondado acima do teto estipulado, o que levou o BC a iniciar novo ciclo de aperto monetário em outubro passado.

Os comentários de Awazu vão na mesma linha de declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, de quinta-feira, quando afirmou que o banco fará "o for necessário" para viabilizar um cenário de inflação mais benigno em 2015 e 2016.

O diretor do BC disse ainda que será preciso ser "especialmente cauteloso" durante a transição que "coincidirá com um momento complexo das economias internacionais", referindo-se à assimetria na recuperação dos Estados Unidos, Europa, Japão e China e da recente queda nos preços do petróleo.

"Nossa transição deverá demonstrar muito diretamente que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes e que estamos muito bem preparados com o nossos 'buffers' para as decisões que poderão vir no final de 2014 e 2015", afirmou ele.

Awazu também afirmou que agora é preciso que o País volte a ter neutralidade no balanço fiscal do setor público e crie condições para uma política restritiva, reforçando o discurso do BC de que a política fiscal será importante para domar a inflação.

"Para reanimar o investimento, fortalecer os efeitos multiplicadores das nossas concessões e obras de infraestrutura, precisamos agora voltar à neutralidade do balanço do setor público e criar as condições de uma migração para a zona de consolidação fiscal contracionista. Em particular, teremos que fazer escolhas difíceis mas necessárias, diante das restrições de financiamento", afirmou o diretor.

"Eventualmente, no médio e longo prazo, isso criará uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico com efeitos positivos sobre a confiança, sobre o custo de financiamento da dívida pública, sobre o custo de capital de modo geral, o que estimulará o investimento privado e será 'in fine' expansionista", acrescentou.

Sem conseguir cumprir a meta de superávit primário nos últimos anos, o governo viu a confiança dos agentes econômicos ser abalada. A nova equipe econômica - encabeçada pelos ministros indicados Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), além de Alexandre Tombini à frente do BC - tem perfil mais ortodoxo e prepara medidas de contenção fiscal.

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