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DIs longos têm alta forte em novo dia de pressão da área fiscal

23 set 2024 - 17h02
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As taxas dos DIs com prazos mais longos fecharam a segunda-feira em forte alta, dando continuidade ao movimento da sessão anterior, em meio aos receios dos investidores em relação às contas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries oscilavam próximos da estabilidade.

Na ponta curta da curva brasileira, as taxas seguiram precificando chances majoritárias de alta de 50 pontos-base da taxa básica Selic em novembro.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,025%, ante 11,029% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2026 estava em 12,275%, ante 12,185%. O vencimento para janeiro de 2027 marcava 12,395%, ante 12,249% do ajuste.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,54%, ante 12,381%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,51%, ante 12,348%.

Na sexta-feira, as taxas de longo prazo já haviam disparado, com investidores descontentes com o cenário fiscal brasileiro e exigindo mais prêmios nos DIs. O movimento continuou nesta segunda-feira, com a curva repercutindo o Relatório de Receitas e Despesas, divulgado na noite de sexta-feira.

No documento, os ministérios do Planejamento e da Fazenda apontaram a necessidade de ampliar em 2,1 bilhões de reais o bloqueio de verbas de ministérios para cumprir o limite de gastos deste ano, totalizando uma contenção de 13,3 bilhões de reais. Segundo projeções da equipe econômica, o governo central fechará 2024 com déficit primário de 28,3 bilhões de reais.

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que há incômodo na equipe econômica do governo em relação a uma suposta "irracionalidade" na percepção dos agentes econômicos sobre a gestão fiscal. Ele citou a "especulação mal-feita" em meio a críticas de analistas sobre saídas criativas para contornar restrições das regras fiscais.

Apesar das reclamações do governo, o mercado seguiu colocando mais prêmios na curva nesta segunda-feira. A taxa do DI para janeiro de 2033 marcou a máxima de 12,55% às 9h05, logo após a abertura, em alta de 20 pontos-base ante o ajuste anterior.

"O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) subiu a Selic na reunião da última quarta-feira, e o mercado ficou de olho para entender se a ponta longa iria cair. Veio a quinta e veio a sexta-feira, mas não houve queda. Pelo contrário", comentou Gabriel Redivo, sócio e diretor de gestão da Aware Investments.

Segundo ele, os receios com a área fiscal sustentaram a abertura do trecho longo da curva, sendo que os dados de sexta-feira não foram bem recebidos.

"O fiscal deveria ser mais bem trabalhado pelo governo, com enxugamento de custos, e isso não vem acontecendo. A ponta longa reflete isso", acrescentou Redivo.

Em Nova York, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal. Segundo ele, as despesas do governo seguem dentro das regras do arcabouço e o Executivo vai conseguir cumprir a meta deste ano para as contas públicas.

"Nós divulgamos os dados do quarto relatório (bimestral de receitas e despesas) deste ano, mostrando que as despesas estão absolutamente dentro da regra do arcabouço, limitadas a 2,5% de crescimento em relação ao ano passado. Tivemos boas surpresas nesse quarto relatório", disse.

Após os comentários de Haddad houve redução da pressão no câmbio, mas as taxas longas seguiram em patamares elevados.

Já a ponta curta da curva seguiu precificando elevação de 50 pontos-base da Selic em novembro -- algo que, se confirmado, representará uma aceleração do aperto monetário, após o Copom ter subido a taxa básica em 25 pontos-base na semana passada, para 10,75% ao ano.

Perto do fechamento desta segunda-feira a curva brasileira precificava 100% de probabilidade de o BC acelerar o ciclo de altas da Selic em novembro, com elevação de 50 pontos-base.

Pela manhã, o relatório Focus do BC indicou que a mediana das projeções do mercado para a Selic no fim de 2024 está em 11,50% -- o que, na prática, sugere que o Copom elevará a taxa em 75 pontos-base ainda este ano.

As projeções de inflação seguem desancoradas no Focus: 4,37% para 2024, 3,97% para 2025 e 3,62% para 2026.

No exterior, às 16h46, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 2 pontos-base, a 3,743%.

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