Dívida no cartão dobra em 6 meses; veja opções mais baratas
Juros no cartão de crédito atingem quase 300% em um ano; contrair empréstimo para pagar dívida é mais vantajoso
Um erro muito comum do consumidor endividado é deixar uma dívida cara crescer em vez de trocá-la por uma mais barata. Isso porque as taxas de juros podem variar bastante entre as diferentes modalidades de crédito.
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De março para abril, a taxa média do cartão de crédito subiu de 12,02% para 12,14% ao mês, atingindo 295,48% ao ano, de acordo com a Associação dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Esse patamar é o mais elevado desde março de 1999.
Também conhecido por ser uma modalidade de dívida cara, o juro do cheque especial foi a 9,74% ao mês em abril, atingindo 205,06% ao ano.
Especialistas recomendam que o consumidor sempre procure uma dívida com juros mais baixos para evitar permenecer com uma dívida no cartão de crédito ou no cheque especial. Como comparação, o juro médio do empréstimo pessoal contraído com banco foi de 4% ao mês em abril, representando uma taxa de 60,10% ao ano, bem inferior às outras modalidades.
Na tabela abaixa é possível ver como é prejudicial manter uma dívida no cartão de crédito quando comparado a contrair um empréstimo para pagar o mesmo débito. No exemplo, uma dívida de R$ 500 praticamente dobra em seis meses no cartão (R$ 999,34), enquanto que no empréstimo pessoal o valor sobe pouco mais de R$ 130 (R$ 632,66). O cheque especial atinge um valor intermediário (R$ 873,29).
Dívida de R$ 500 | 1 mês | 6 meses | 1 ano | 5 anos |
Cartão de crédito | R$ 560,70 | R$ 999,34 | R$ 1.977,41 | R$ 483,730,10 |
Cheque especial | R$ 548,70 | R$ 873,29 | R$ 1.525,28 | R$ 132.089,21 |
Empréstimo pessoal - banco | R$ 520 | R$ 632,66 | R$ 800,52 | R$ 5.259,81 |
As simulações foram feitas pelo diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a pedido do Terra. No mesmo quadro também é possível ver o efeito dos juros ao longo do tempo: em um ano, a dívida no cartão quase quadruplica (R$ 1.977,41), enquanto que no empréstimo pessoal não chega a dobrar (R$ 800,52).
Com o efeito dos juros, também é possível observar o risco de se contrair uma dívida inicial alta. Basta ver que, no caso de uma dívida de R$ 1.000, o ritmo de encarecimento é mais forte. Em seis meses, a dívida no cartão de crédito se torna R$ 723,35 maior do que a mesma em um empréstimo pessoal.
Dívida de R$ 1.000 | 1 mês | 6 meses | 1 ano | 5 anos |
Cartão de crédito | R$ 1.121,40 | R$ 1.988,67 | R$ 3.954,82 | R$ 967.460,20 |
Cheque especial | R$ 1.097,40 | R$ 1.746,59 | R$ 3.050,56 | R$ 264.178,43 |
Empréstimo pessoal - banco | R$ 1.040 | R$ 1.265,32 | R$ 1.601,03 | R$ 10.519,63 |
De acordo com a Anefac, o cenário de juros altos se deve ao crescente risco de inadimplência e à elevação da taxa básica de juros do País, a Selic – atualmente em 13,25% ao ano. Além disso, a perspectiva para os próximos meses é de que as taxas continuem subindo, uma vez que o Banco Central já sinalizou que deve continuar elevando a taxa Selic em esforço para conter a inflação elevada no País.
O consumidor pode verificar nas simulações seguintes o perigo de manter dívidas no cartão de crédito e no cheque especial em vez de tomar um empréstimo pessoal para substituir a dívida.
Dívida de R$ 3.000 | 1 mês | 6 meses | 1 ano | 5 anos |
Cartão de crédito | R$ 3.364,20 | R$ 5.966,02 | R$ 11.864,46 | R$ 2.902.380,59 |
Cheque especial | R$ 3.292,20 | R$ 5.239,76 | R$ 9.151,68 | R$ 792.535,28 |
Empréstimo pessoal - banco | R$ 3.120 | R$ 3.795,96 | R$ 4.803,10 | R$ 31.558,88 |
Dívida de R$ 5.000 | 1 mês | 6 meses | 1 ano | 5 anos |
Cartão de crédito | R$ 5.607 | R$ 9.943,36 | R$ 19.774,10 | R$ 4.837.300,98 |
Cheque especial | R$ 5.487 | R$ 8.732,93 | R$ 15.252,80 | R$ 1.320.892,14 |
Empréstimo pessoal - banco | R$ 5.200 | R$ 6.326,60 | R$ 8.005,16 | R$ 52.598,14 |
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