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Do pacote fiscal, apenas isenção do IR é vista pelo mercado como medida que 'prejudica' a economia

Em linhas gerais, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi avaliada negativamente por 90% dos respondentes da Genial/Quaest

4 dez 2024 - 09h41
(atualizado às 10h32)
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Resumo
Pesquisa Genial/Quaest revelou que 85% do mercado financeiro considera a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil como prejudicial para a economia brasileira.
A isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil foi anunciada pelo ministro Fernando Haddad, como contraponto aos cortes de gastos
A isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil foi anunciada pelo ministro Fernando Haddad, como contraponto aos cortes de gastos
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Para 85% do mercado financeiro, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil tende a "prejudicar" a economia brasileira. É o que diz a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 4. Dentre as medidas do pacote fiscal, anunciado pelo governo na semana passada, essa é a única a ser vista como prejudicial por mais de 50% dos respondentes.

A pesquisa foi feita entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, ou seja, logo após a divulgação do pacote fiscal pelo ministro Fernando Haddad, que provocou a escalada do dólar. Foram ouvidos gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de 105 fundos de investimentos com sedes em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Em linhas gerais, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi avaliada negativamente por 90% dos respondentes. Já a postura de Haddad foi tida como positiva para 41% dos entrevistados, e negativa para 24%.

Os agentes do mercado financeiro foram perguntados sobre a capacidade de ajudar ou prejudicar a economia brasileira de cada uma das medidas apresentadas no âmbito do pacote fiscal. Confira as respostas:

  • Fim da 'Morte Ficta' - 99% acreditam que deve ajudar; 1% prejudicar;
  • Fim da transferência da pensão militar - 99% acreditam que deve ajudar; 1% prejudicar;
  • Idade mínima para reserva remunerada dos militares - 98% acreditam que deve ajudar; 2% prejudicar;
  • Limitação do crescimento das emendas - 96% acreditam que deve ajudar; 4% prejudicar;
  • Sujeitar servidores ao teto da remuneração - 95% acreditam que deve ajudar; 5% prejudicar;
  • Limitar abono salarial até 1 SM e meio - 92% acreditam que deve ajudar; 8% prejudicar;
  • Proibir expansão de benefícios tributários em caso de déficit - 91% acreditam que deve ajudar; 9% prejudicar;
  • Previsão de ganhos com serviços na concessão do BPC - 88% acreditam que deve ajudar; 12% prejudicar;
  • Limitar aumento do SM entre 0,6% e 2,5% - 86% acreditam que deve ajudar; 14% prejudicar;
  • Prorrogação do DRU até 2031 - 70% acreditam que deve ajudar; 30% prejudicar;
  • Destinar 50% das emendas das comissões para a saúde - 62% acreditam que deve ajudar; 38% prejudicar;
  • Revogação do dever de execução do orçamento - 61% acreditam que deve ajudar; 39% prejudicar;
  • Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil - 15% acreditam que deve ajudar; 85% prejudicar.

No geral, 48% dos agentes do mercado financeiro consideraram que as medidas apresentadas por Haddad no pacote de corte de gastos são "nada satisfatórias". Outros 42% consideraram "pouco satisfatórias", e ninguém as considerou "muito satisfatórias".

Apesar disso, 88% disseram que "as medidas de pente fino sugeridas pela Fazenda até aqui são favoráveis ao cumprimento da regra de gasto do arcabouço fiscal".

A maioria (53%) disse que não vai deixar de alocar recursos em títulos públicos brasileiros, mas 67% pretendem aumentar a carteira de ativos alocados no exterior.

Com relação ao novo arcabouço fiscal, 58% afirmaram que ele não tem "nenhuma credibilidade", 42%, que tem "pouca credibilidade", e ninguém disse que a regra tem "muita credibilidade".

Para 37%, a regra só é sustentável até o ano que vem, e, para outros 34%, apenas até 2026, nos moldes atuais.

Fonte: Redação Terra
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