Documento: BTG Pactual teria pagado R$ 45 milhões a Cunha
As investigações da denúncia de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves teriam tentado interferir nas investigações da Lava Jato começam a implicar agora o banco BTG Pactual. A Procuradoria Geral da República (PGR), em seu pedido de conversão da prisão de Esteves em preventiva, relata que encontrou uma anotação que indica que o BTG teria pagado R$ 45 milhões ao deputado Eduardo Cunha para que ele atendesse aos interesses do banco em uma emenda provisória.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou o pedido da PGR e manteve neste domingo (29) a prisão do banqueiro André Esteves, controlador do BTG Pactual e a converteu de temporária (5 dias) para preventiva (sem prazo definido). A decisão do ministro do STF Teori Zavascki também converteu em preventiva a prisão do chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral, Diogo Ferreira.
Segundo a PGR, a Polícia Federal encontrou na residência de Diogo Ferreira um documento contendo a seguinte anotação: "Em troca de uma emenda à Medida Provisória número 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de R$ 45 milhões".
A anotação ainda informa que teriam participado das negociações pelo BTG Ricardo Fonseca e Milton Lira. "Esse valor também possuía como destinatário outros parlamentares do PMDB. Depois que tudo deu certo, Milton Lira fez um jantar pra festejar. No encontro, tínhamos as seguintes pessoas: Eduardo Cunha, Milton Lira, Ricardo Fonseca e André Esteves", informou a PGR.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o BTG Pactual negou "veementemente" a realização de qualquer tipo de pagamento para suposto benefício referente à medida provisória n. 608, de 1º de março de 2013. "O BTG Pactual informa que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários", diz a nota.