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Dólar fecha estável em dia de ajustes técnicos e ruídos em relação ao pacote fiscal do governo Lula

Moeda norte-americana fechou o dia em leve alta de 0,03%, cotado a 5,6759 reais

7 nov 2024 - 17h11
(atualizado às 17h54)
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Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,62%, a 5,6915 reais na venda.
Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,62%, a 5,6915 reais na venda.
Foto: Reuters

O dólar à vista fechou a quinta-feira praticamente estável ante o real, em um dia de ajustes técnicos às cotações do mercado futuro e de ruídos em relação ao pacote fiscal do governo Lula, enquanto no exterior a sessão foi de baixa generalizada para a moeda norte-americana, passada a eleição presidencial nos EUA.

O dólar à vista fechou o dia em leve alta de 0,03%, cotado a 5,6759 reais. No ano, porém, a divisa acumula elevação de 16,99%.

Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,62%, a 5,6915 reais na venda.

No início da noite de quarta-feira, com o mercado à vista já fechado, o dólar para dezembro -- o mais líquido atualmente no Brasil -- ganhou força, com investidores reagindo negativamente a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao mercado financeiro. Segundo Lula, o pacote de medidas fiscais ainda não estava fechado.

"Estou em um processo de discussão muito, muito sério com o governo, porque conheço bem o discurso do mercado, a gana especulativa do mercado", disse Lula em entrevista à Rede TV, que teve trecho veiculado no portal UOL antes da publicação na íntegra mais tarde.

Nesta quinta-feira as cotações do mercado à vista se ajustaram ao avanço da véspera da moeda para dezembro. Isso fazia o dólar à vista sustentar ganhos pela manhã, enquanto o dólar para dezembro cedia.

O mercado ponderava também a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na véspera, que elevou a taxa Selic em 50 pontos-base, para 11,25% ao ano.

Mais do que a decisão em si, que era largamente esperada, profissionais destacaram o compromisso do colegiado com o atingimento do centro da meta de inflação, de 3%, o que ajudava a sustentar as taxas de curto prazo dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

No exterior, o dólar cedia ante as demais moedas, com investidores ajustando posições passado o primeiro impacto da vitória do republicano Trump sobre a democrata Kamala Harris.

Isso acabou pesando sobre as negociações no Brasil e o dólar à vista marcou a cotação mínima de 5,6338 reais (-0,77%) às 11h05.

Depois disso a moeda se reaproximou da estabilidade, até que durante a tarde a CNN Brasil noticiou que o corte de gastos do governo Lula poderia ficar entre 10 bilhões e 15 bilhões de reais. Como o mercado tem citado a necessidade de um esforço maior, em torno de 50 bilhões de reais, a reação foi negativa e o dólar atingiu a máxima de 5,7247 reais (+0,83%) às 14h51.

O desmentido oficial do governo, divulgado logo depois, fez o dólar à vista perder força e se reaproximar da estabilidade. O Ministério da Fazenda informou que não procediam as informações veiculadas na mídia sobre a suposta análise das duas propostas para a área fiscal.

"É importante ressaltar que tal informação não corresponde ao que vem sendo debatido entre a equipe econômica, demais ministérios e a Presidência da República", disse a pasta em nota.

Também durante a tarde, o Federal Reserve cortou sua taxa de juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 4,50% e 4,75%, como era largamente esperado pelo mercado. A instituição disse que a atividade econômica norte-americana continuou a se expandir em um ritmo sólido e que os riscos para inflação e emprego estão "mais ou menos equilibrados".

O anúncio do Fed, no entanto, não impactou de forma decisiva as cotações no Brasil.

No exterior, às 17h16 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,79%, a 104,280.

No fim da manhã o BC vendeu 14.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

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