Dólar fecha estável, aos R$ 5,76, mas acumula alta na semana antes de tarifas de Trump
Na semana, a moeda norte-americana acumulou elevação de 0,82% ante o real
O dólar fechou a sexta-feira praticamente estável ante o real, numa sessão permeada pela expectativa em torno do anúncio das novas tarifas de importação dos Estados Unidos, previsto para a próxima semana.
A moeda norte-americana à vista fechou em leve alta de 0,08%, aos R$5,7627. Na semana, a divisa dos EUA acumulou elevação de 0,82% ante o real.
Às 17h13 na B3 o dólar para abril -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,33%, aos R$5,7635.
Assim como em sessões anteriores, a ansiedade com o início da cobrança pelos Estados Unidos de tarifas de importação no dia 2 de abril influenciou os negócios com o dólar, tanto no exterior quanto no Brasil.
Na segunda-feira o presidente dos EUA, Donald Trump, havia acenado com descontos de tarifas a alguns países, mas na quarta-feira ele apresentou um plano para cobrar 25% sobre importações de automóveis, elevando os temores de uma guerra comercial global.
Em meio a este vai-e-vem, moedas pares do real -- como o peso mexicano e o peso chileno -- tiveram perdas firmes ante o dólar nesta sexta-feira, e a moeda brasileira acompanhava.
Às 11h26, o dólar à vista marcou a cotação máxima de R$5,7828 (+0,43%).
"O dólar aqui acompanhou a valorização vista no mercado externo frente a divisas commodities, em meio aos receios com as tarifas dos EUA", comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. "O petróleo também está em queda, assim como o minério de ferro, e tudo isso pressiona nossa moeda (real)", acrescentou.
Com a divisa norte-americana em patamares mais altos, exportadores aproveitaram para vender dólares, o que reduziu as cotações durante a tarde. Às 15h06, o dólar à vista marcou a mínima de R$5,7470 (-0,19%).
Profissionais ouvidos pela Reuters chamaram a atenção, no entanto, para o fato de as oscilações do dólar nesta sexta-feira terem ocorrido em margens estreitas, com investidores posicionados antes de uma semana que promete ser tensa.
Na próxima segunda-feira -- último dia do mês e do trimestre -- ocorre a disputa pela formação da Ptax. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Já a próxima quarta-feira é o dia indicado por Trump para o início da cobrança de tarifas sobre vários países. Às 17h37, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,27%, a 103,960. Em relação às moedas de exportadores de commodities e emergentes, porém, o dólar se mantinha em alta.
