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Dólar tem 10ª queda consecutiva e fecha mês de janeiro aos R$ 5,83, com foco do mercado em tarifas dos EUA

Moeda norte-americana encerrou janeiro com uma queda de 5,54%

31 jan 2025 - 17h17
(atualizado às 18h15)
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Às 17h05 na B3 o dólar para março -- que se tornou o mais líquido na sessão desta sexta-feira -- cedia 0,57%, aos 5,8705 reais.
Às 17h05 na B3 o dólar para março -- que se tornou o mais líquido na sessão desta sexta-feira -- cedia 0,57%, aos 5,8705 reais.
Foto: Epitacio Pessoa/Estadão / Estadão

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar completou nesta sexta-feira a décima sessão consecutiva de queda no Brasil, com a moeda chegando a tocar nos 5,80 reais durante a sessão, marcada pela disputa de investidores pela formação da taxa Ptax de fim de mês e pela expectativa em torno da adoção pelos EUA de tarifas sobre produtos do México, do Canadá e da China.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,30%, aos 5,8355 reais, a menor cotação desde 26 de novembro do ano passado, quando encerrou em 5,8096 reais. Apesar do movimento contido em algumas sessões, desde 17 de janeiro o dólar não fecha um dia em alta.

Na semana a divisa acumulou queda de 1,40% e, em janeiro, baixa de 5,56%.

Às 17h05 na B3 o dólar para março -- que se tornou o mais líquido na sessão desta sexta-feira -- cedia 0,57%, aos 5,8705 reais.

A moeda norte-americana começou o dia em alta firme, em meio aos temores globais de que o governo de Donald Trump possa impor tarifas de importação ao México e ao Canadá, como vem prometendo.

A disputa no mercado pela formação da Ptax também trazia volatilidade aos negócios, com investidores comprados tentando impulsionar as cotações após os recuos recentes.

Calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Neste cenário, o dólar à vista marcou a máxima de 5,9030 reais (+0,85%) às 9h08, pouco depois da abertura, mas rapidamente perdeu força e atingiu a mínima de 5,8014 reais (-0,88%) às 10h07 -- horário dentro de uma das janelas de coleta de cotações pelo BC para cálculo da Ptax.

A volatilidade foi grande nas janelas seguintes de coleta de preços pelo BC, perto de 11h00, 12h00 e 13h00. Mesmo depois de formada a Ptax (5,8301 reais na venda), a volatilidade seguiu alta ao longo da tarde.

Notícia da Reuters de que Trump iria impor tarifas ao México e ao Canadá apenas a partir de 1ª de março -- e não imediatamente -- deu fôlego perto das 14h00 a algumas moedas de países emergentes, como o próprio peso mexicano e o real. Em reação, o dólar voltou a ficar abaixo de 5,82 reais.

No meio da tarde, porém, a Casa Branca rebateu a matéria da Reuters e informou que imporá tarifas de 25% sobre o Canadá e o México, além de 10% sobre a China. Conforme o governo norte-americano, as tarifas entrarão em vigor no sábado, 1º de fevereiro.

O desmentido fez o dólar recuperar força ante as demais moedas, inclusive o real. Ainda assim, a divisa encerrou a sexta-feira no território negativo no Brasil.

Às 17h34, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,25%, a 108,360.

Pela manhã o Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.

(Edição de Alexandre Caverni e Isabel Versiani)

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