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Dólar à vista sobe mais de 1% sob influência do exterior

O dólar fechou o dia cotado a R$ 5,0462 na venda, em alta de 1,15%

2 mai 2023 - 17h24
(atualizado às 18h45)
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Como o mercado brasileiro permaneceu fechado na segunda-feira, o dólar se ajustou em alta ante o real nesta terça-feira
Como o mercado brasileiro permaneceu fechado na segunda-feira, o dólar se ajustou em alta ante o real nesta terça-feira
Foto: Reuters

Na volta do feriado do Dia do Trabalho no Brasil, o dólar à vista fechou em alta firme ante o real nesta terça-feira, 2, superando novamente os 5 reais, em meio a preocupações com o setor bancário dos Estados Unidos (EUA) e com a área fiscal do Brasil.

Na segunda-feira, a moeda norte-americana reagiu em alta ante outras divisas de países exportadores de commodities após reguladores dos EUA intervirem no First Republic e o JPMorgan Chase anunciar a compra de ativos do banco --um dos três a falirem na mais recente turbulência bancária global.

Como o mercado brasileiro permaneceu fechado na segunda-feira, o dólar se ajustou em alta ante o real nesta terça-feira.

As dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal contribuíram para o movimento, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmar promessas de campanha na área trabalhista durante o 1º de Maio e em meio a notícias sobre um novo plano de financiamento de exportações do Brasil para a Argentina.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0462 reais na venda, em alta de 1,15%.

Na B3, às 17:46 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,16%, a 5,0755 reais.

O dólar à vista oscilou em alta ante o real durante todo o dia, tendo marcado a mínima de 4,9920 reais (+0,06%) às 9h15 e a máxima de 5,054 (+1,30%) às 15h02.

De acordo com Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, o dia foi de aversão global ao risco no exterior, com o setor bancário novamente no foco dos investidores.

"O dólar subiu novamente com as preocupações com o setor bancário americano", resumiu.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, lembrou que a segunda-feira não foi um dia positivo para as moedas de países emergentes em geral, quando o mercado brasileiro estava fechado.

"Portanto, tem esta adaptação hoje (terça-feira). As notícias dos bancos nos EUA azedaram o humor dos investidores. A bolsa norte-americana passou a cair de forma generalizada, e o dólar passou a se apreciar frente a moedas emergentes principalmente", disse.

Além disso, Rostagno citou as conversas para o lançamento de um novo plano de financiamento de exportações do Brasil para a Argentina e a oficialização de reajustes do salário mínimo e do parâmetro para isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).

Por mais que algumas medidas já fossem de conhecimento público, o economista afirma que elas reforçam a preocupação com a sustentabilidade fiscal do Brasil. Na prática, significam mais gastos em um ambiente de orçamento apertado.

Operador ouvido pela Reuters lembrou ainda que na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central definirá o novo patamar da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

Segundo ele, embora a expectativa majoritária do mercado seja de manutenção da taxa, alguns participantes do mercado elevaram posições compradas (no sentido de alta para a moeda norte-americana) no mercado futuro nesta terça-feira, para esperar a decisão do colegiado.

No exterior, o dólar apresentava leve queda ante uma cesta de divisas no fim da tarde, embora seguisse em alta ante moedas como o peso chileno, o peso mexicano e o dólar canadense.

Às 17:46 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,21%, a 101,960.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.

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