Dólar à vista tem estabilidade ante real após dados de inflação da China
O dólar à vista iniciou a quarta-feira oscilando perto da estabilidade ante o real, com investidores novamente ponderando dados fracos divulgados pela China que mostraram deflação nos índices de preços ao consumidor e ao produtor em julho, o que eleva preocupações quanto aos impactos econômicos em parceiros comerciais do gigante asiático.
Às 10:33 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,06%, a 4,8953 reais na venda.
Na B3, às 10:33 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,18%, a 4,9140 reais.
Antes da abertura dos negócios no Brasil, o Escritório Nacional de Estatísticas informou que o índice de preços ao consumidor da China caiu 0,3% em julho na comparação anual, ante previsão de queda de 0,4% em pesquisa da Reuters. Foi o primeiro recuo desde fevereiro de 2021.
Já o índice de preços ao produtor cedeu pelo 10º mês consecutivo, caindo 4,4%, contra projeção de baixa de 4,1%.
A deflação lança dúvidas sobre o crescimento da China, importante comprador global de commodities, o que em tese traz pressão de baixa para as moedas de países exportadores de matérias-primas, como o Brasil.
No exterior, no entanto, existe a leitura de que a deflação na China pode levar Pequim a adotar mais medidas de estímulo à economia, o que favorecia a busca dos investidores por ativos de maior risco nesta manhã.
Assim, o dólar cedia ante boa parte das divisas de países exportadores de commodities e emergentes, além de registrar leves perdas ante uma cesta de moedas fortes.
Às 10:33 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,12%, a 102,400.
No Brasil, o dólar à vista chegou a marcar a mínima de 4,8747 reais (-0,48%) às 9h37, mas a divisa se reaproximou da estabilidade logo depois.
"Esta volatilidade de início de dia está muito ligada ao fechamento de ontem (terça-feira). Mas o mercado hoje tende a ir com dólar para baixo, porque o exterior está positivo, dando algum fôlego", comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
Internamente, as atenções seguem voltadas para o Congresso, onde tramitam projetos importantes para o governo, como o novo arcabouço fiscal, e para o Banco Central, após a autarquia ter indicado a intenção de promover novos cortes de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic em seus próximos encontros de política monetária. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas no varejo em junho ficaram estáveis na comparação com o mês anterior e avançaram 1,3% em relação ao mesmo mês de 2022. Os dados não fizeram preço no mercado de câmbio em um primeiro momento.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8983 reais na venda, com alta de 0,04%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de outubro de 2023.