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Dólar avança frente ao real após queda do IPCA em junho

11 jul 2023 - 09h16
(atualizado às 10h25)
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O dólar tinha alta frente ao real nesta terça-feira, com investidores digerindo a queda do IPCA em junho frente ao mês anterior, que pode reforçar a pressão para que o Banco Central comece a cortar juros, em meio ainda a expectativas pela divulgação de dados de inflação norte-americanos desta semana.

Notas de dólar
07/11/2016. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
Notas de dólar 07/11/2016. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
Foto: Reuters

Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,49%, a 4,9067 reais na venda.

Na B3, às 10:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,16%, a 4,9240 reais.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,08% em junho, contra avanço de 0,23% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

O resultado marcou a primeira taxa negativa desde setembro de 2022 (-0,29%) e a menor variação para o mês de junho desde 2017, ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de uma queda de 0,10% do índice.

Com isso, o IPCA passou a acumular em 12 meses até junho taxa de 3,16%, a mais fraca desde setembro de 2020 (+3,14%), indo abaixo do centro da meta para a inflação deste ano.

"Sem dúvida o IPCA de junho está balizando novas apostas em relação ao corte da Selic em agosto", disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. "Portanto, me parece que o local está prevalecendo, com um horizonte um pouco mais próximo para que nossas taxas de juros possam começar a recuar e fechar esse diferencial, que ajudou muito o real nestas últimas semanas."

Um diferencial de juros mais amplo entre o Brasil e outras economias torna o real mais atraente para uso em estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de taxas baixas e aplicação desse dinheiro em praças mais rentáveis.

Probabilidades implícitas em contratos futuros de juros precificavam totalmente um corte da Selic em agosto, mas com os operadores divididos quanto à magnitude da flexibilização. Cerca de 75% previa ajuste de 0,25 ponto percentual, enquanto os 25% restantes apostavam em movimento mais acentuado, de 0,50 ponto.

"Vemos o caminho aberto para o início do ciclo de cortes na reunião de agosto, mas o debate entre um corte de 25 ou 50 bps deve continuar", disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do banco Inter.

Enquanto isso, no exterior, o mercado seguia na expectativa por dados de inflação dos EUA de quarta-feira, disse Bergallo, da FB, já que podem ajudar a esclarecer a trajetória de aperto do Fed. Vários membros do banco central norte-americano têm sinalizado que ainda é necessário elevar os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual mais duas vezes este ano.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8828 reais na venda, com alta de 0,37%.

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