Dólar avança por ajustes após quedas, mas fecha a R$2,58
Na véspera, o BCE anunciou um programa de estímulo à zona do euro, em que comprará mensalmente 60 bilhões de euros
O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira, após cair 3% nas últimas três sessões, mas continuou abaixo de R$ 2,60, nível que vinha limitando os recuos da divisa, um dia após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar novo estímulo econômico que deve elevar a liquidez global.
A moeda americana avançou 0,56%, a R$ 2,5889 na venda, após cair 1,23% na véspera, a R$ 2,5745. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,6 bilhões.
"O cenário interno e o cenário global estão favoráveis (ao real), mas sempre que há uma queda grande como a de ontem, é normal que o mercado aproveite para ajustar carteiras", disse Glauber Romano, operador de câmbio da corretora Intercam .
Na véspera, o BCE anunciou que comprará mensalmente 60 bilhões de euros na economia da zona do euro para estimular a atividade e enfrentar a ameaça de deflação.
A perspectiva de que parte desses recursos migre para o Brasil em busca de rendimentos elevados serviu de gota d'água para que o dólar ampliasse a trajetória de perdas vista nas últimas sessões e se firmasse abaixo de R$ 2,60.
Nos mercados externos, a expectativa de maior oferta de euros impulsionava a divisa americana contra a moeda europeia, chegando a alcançar a máxima em mais de 11 anos.
O dólar já vinha mostrando alívio nas semanas anteriores em função das demonstrações de maior rigor fiscal do governo brasileiro, mas enfrentava dificuldades para se sustentar abaixo desse patamar, atraindo compradores.
Segundo analistas, o quadro atual de inflação alta e crescimento baixo também limitava as perdas da divisa. "A expressão que resume o que o mercado está sentindo é 'otimismo contido'", explicou José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Walpires.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 300 contratos para 1º de setembro e 1.700 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,4 milhões.
O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 75% do lote total.