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Dólar cai ante real após número fraco de criação de vagas nos EUA

Setor privado dos EUA abriu 169 mil vagas de trabalho no mês passado

6 mai 2015 - 18h27
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Mulher segura notas de dólares em cima de notas de real no Rio de Janeiro. 31/03/2015
Mulher segura notas de dólares em cima de notas de real no Rio de Janeiro. 31/03/2015
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, após números fracos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos sugerirem que os juros norte-americanos podem demorar a subir.

A moeda norte-americana caiu 0,72%, a R$ 3,0466 na venda, mas chegou a cair 1,53%, a R$ 3,0217, na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão.

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O setor privado dos EUA abriu 169 mil vagas de trabalho no mês passado, menor número desde janeiro de 2014 e muito abaixo das expectativas de analistas.

Investidores temem que a economia norte-americana pode não ter se recuperado tão rapidamente quanto o esperado da desaceleração por que passou no primeiro trimestre, o que poderia levar o Federal Reserve a adiar o início do ciclo de aperto monetário.

"Tivemos números fracos (sobre os EUA) no primeiro trimestre e uma leva de números fortes mais atuais. Então a dúvida é se a fraqueza do começo do ano vai se estender ou não", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ajudaram a divisa a afastar-se das mínimas da sessão. O ministro ressaltou que o custo dos swaps cambiais que o BC tem vendido é elevado, mas que o governo já começou a reduzir essa despesa.

Finanças: saiba como o sobe e desce do dólar afeta sua vida:

Aliado à recente indicação de que o lote de swaps que vence em junho deve ser rolado apenas parcialmente, a declaração levou investidores a especularem que a autoridade monetária pode aproveitar ocasiões como a recente queda do dólar para reduzir sua posição.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de 8,1 mil swaps no leilão de rolagem. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 1,182 bilhão, ou 12% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

Investidores ainda mostram dúvida sobre a trajetória futura do câmbio. No mês passado, a divisa chegou a recuar a R$ 2,90, mas voltou a ser pressionada nas últimas sessões. Pesquisa da Reuters com analistas aponta que a divisa deve ir a R$ 3,2550 em doze meses.

"Acredito que R$ 3 é piso, porque foi aí que o BC começou a reduzir a oferta de swaps", afirmou o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "O fluxo do mês passado foi muito forte e se mantiver para este mês, haverá uma janela para o BC diminuir a oferta de swaps sem deixar o dólar cair abaixo de R$ 3", acrescentou.

O Brasil registrou entrada líquida de US$ 13,107 bilhões em abril, o melhor resultado mensal desde julho de 2011.

Os investidores ainda ficaram de olho nas negociações para a votação no Congresso das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal. A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira acreditar na "sensibilidade" de parlamentares para as medidas sejam votadas.

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