Dólar cai após pesquisa com Marina no 2º turno das eleições
Moeda americana caiu 0,24%, a R$ 2,2586 na venda
O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira após pesquisa Datafolha mostrar que a presidente Dilma Rousseff, acusada por investidores de impor políticas demasiadamente intervencionistas, dificilmente conseguirá vencer as eleições de outubro no primeiro turno.
A pesquisa mostrou Dilma tecnicamente empatada com a ex-senadora Marina Silva (PSB) em um provável segundo turno, o que também deixou o mercado cauteloso. Muitos investidores têm dúvidas sobre as posições de Marina em diversos temas de política econômica, assim como sobre sua habilidade política.
A moeda americana caiu 0,24%, a R$ 2,2586 na venda, após chegar a R$ 2,2505 na mínima do dia. "A eleição, desta vez, vai dar trabalho para a Dilma", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca. "Levando em conta que a gente partiu de um ponto em que todo mundo achava que ela ia ganhar no primeiro turno, é normal o mercado reagir positivamente."
Marina, que deve ser confirmada candidata à Presidência pelo PSB nesta semana, tem 21% das intenções de voto segundo o Datafolha, um pouco acima dos 20% de Aécio Neves (PSDB) e atrás de Dilma, com 36%. Na simulação de segundo turno, Marina fica à frente de Dilma, com 47% contra 43% da presidente, em empate técnico.
Contudo, analistas políticos apontaram que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas a partir do levantamento. Eles acrescentaram que também merece destaque o aumento da aprovação do governo Dilma, com 38% dos entrevistados considerando sua administração boa ou ótima.
"A gente acha que essa variável ainda é mais importante do que a intenção de voto nesse estágio da campanha", afirmou o diretor para a América Latina do Eurasia Group, João Augusto de Castro Neves. Além disso, analistas lembraram que o levantamento foi realizado em meio a forte comoção popular após a trágica morte do então candidato do PSB, Eduardo Campos, o que pode ter impulsionado os números de Marina.
"Essa primeira pesquisa está muito carregada de comoção. Precisamos esperar algumas semanas, para ver o quanto disso efetivamente se traduz em voto", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira. O ambiente mais tranquilo no exterior também contribuiu para trazer alívio ao câmbio no Brasil, após o arrefecimento das tensões em torno da Ucrânia.
Pela manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às suas intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1,3 mil contratos para 1º de junho e 2,7 mil contratos para 1º de setembro, com volume correspondente a US$ 197,1 milhões.
Até a sessão passada, a autoridade monetária ofertava swaps com vencimento em 2 de fevereiro e 1º de junho de 2015. Além disso, o BC vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em setembro. Ao todo, o BC já rolou cerca de metade do lote total, que corresponde a US$ 10,070 bilhões.