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Dólar fecha em alta com saída de estrangeiros e temores fiscais superando otimismo com Copom

Segundo analistas ouvidos pela Reuters, o movimento ocorreu na esteira, primeiramente, das perdas na bolsa brasileira

12 dez 2024 - 18h04
(atualizado às 20h33)
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O dólar voltou a fechar em alta nesta quinta-feira, 12, após duas sessões de recuo, à medida que fluxos de saída de estrangeiros e os altos prêmios de risco do país, impulsionados por temores fiscais, mais do que compensavam a euforia inicial dos investidores com a decisão do Copom na véspera, em pregão que ainda contou com um leilão de linha do Banco Central.

O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,90%, cotado a 6,0128 reais. Na B3, às 17h04, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,07%, a 6,029 reais na venda.

Mais cedo, no início da sessão, o dólar chegou a recuar de forma acentuada com a reação positiva do mercado à decisão do Copom na véspera de elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e sinalizar mais duas altas de mesmo tamanho no próximo ano.

A sinalização para as duas próximas reuniões pegou os investidores de surpresa. Além do fato de o BC vir evitando o fornecimento de um "guidance" para seus encontros futuros, os analistas não previam duas altas da mesma magnitude no próximo ano.

A elevação da Selic aumenta o diferencial de juros do Brasil com as taxas de países com moedas fortes, como o caso dos Estados Unidos, o que torna o real bastante atrativo para operações de "carry trade".

Com isso, o dólar atingiu a mínima da sessão às 9h06, a 5,8696 reais (-1,50%).

Por volta das 12h15, no entanto, o dólar mudou de direção e passou a subir ante o real.

Segundo analistas ouvidos pela Reuters, o movimento ocorreu na esteira, primeiramente, das perdas na bolsa brasileira, que ocorriam justamente pela perspectiva de uma Selic mais alta do que o esperado para o início do próximo ano.

"Acho que a performance da bolsa está refletindo no câmbio. Então, está saindo dinheiro da bolsa e grande parte retornando para exterior e isso está impactando a liquidez", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

No exterior, o dólar também operava com força, subindo frente a maioria das divisas de países emergentes, como peso mexicano e rand sul-africano, o que também extraía recursos do mercado brasileiro.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,05%, a 106,600.

Alguns analistas também chamaram atenção para as notícias sobre o quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na visão deles, o recuo da moeda norte-americana já tinha se dado em parte na véspera por conta da informação de que Lula seria submetido a um procedimento complementar da cirurgia de emergência que realizou antes para drenar um hematoma no crânio.

O argumento é que a perspectiva de que a saúde do presidente possa impedi-lo de buscar a reeleição em 2026 abre espaço para um nome mais alinhado ao mercado. Os médicos disseram que Lula deve deixar a terapia intensiva na sexta-feira.

"Houve uma reação inicial positiva à possibilidade de que Lula não tivesse condições de saúde para concorrer em 2026", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Mais cedo, o Banco Central vendeu um total de 4 bilhões de dólares em dois leilões com compromisso de recompra, mas as vendas não tiveram influência nas cotações.

*com informações da Reuters

Fonte: Redação Terra
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