Dólar fecha em alta, em expectativa sobre política econômica
Investidores também querem saber quem será o próximo ministro da Fazenda no lugar de Guido Mantega
O dólar fechou em alta nesta terça-feira, mas longe das máximas da sessão, com investidores aguardando novos sinais sobre como será a política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, mantendo a tendência de um mercado sensível e volátil.
Neste pregão, o Banco Central também realizou o primeiro leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de dezembro, com a indicação de que pretende rolar menos do que fez nos últimos dois meses.
A moeda norte-americana subiu 0,20%, a R$ 2,5054 na venda, após bater R$ 2,5337 na máxima do dia e R$ 2,4934 na mínima. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de apenas US$ 900 milhões.
"O mercado chegou a ficar mais otimista na semana passada com a alta de juros (pelo BC), mas voltou a ficar volátil bem rapidamente", disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold. "O mercado só vai melhorar, voltar a operar com base em fundamentos, quando vir medidas claras e concretas".
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC surpreendeu e elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25%, agradando os agentes financeiros. Mas o mercado voltou a adotar uma postura cautelosa nas sessões seguintes, esperando sinais de mudança também na política fiscal, criticada por ser excessivamente expansionista e pouco transparente.
Investidores também querem saber quem será o próximo ministro da Fazenda no lugar de Guido Mantega, também criticado pelos investidores devido às atuais condições de baixo crescimento e inflação alta.
Segundo analistas, a instabilidade do mercado tem levado investidores a preferir operações de curto prazo e a evitar fazer grandes apostas. Por isso, o volume ficou baixo, tanto no mercado à vista quanto no mercado futuro.
Foram negociados 300 mil contratos de dólar para dezembro nesta sessão, abaixo da média das últimas 20 sessões, de 350 mil contratos.
"A liquidez baixa complica ainda mais, porque aí uma operação pequena, pouco representativa, acaba gerando uma oscilação forte", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Segundo ele, o giro financeiro baixo acentuou o impacto sobre a cotação de algumas operações de venda de divisa por exportadores na última hora de negócios, o que contribuiu para tirar a força do dólar. Mais cedo, a moeda norte-americana chegou a subir mais de 1%.
A volatilidade cambial tem continuado alta após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mesmo assim, o BC indicou após o fechamento da véspera que rolará parcialmente o lote de swaps cambiais que vencem em dezembro, após dois meses de rolagem integral.
"É mais difícil mitigar a volatilidade desse mercado porque ela não tem a ver com liquidez, tem a ver com expectativas", afirmou o operador de um banco internacional. "Acho até possível que o BC aumente a rolagem (de agora) se houver um pico de volatilidade. O difícil é saber, agora, o que conta como um pico", acrescentou.
Neste pregão, o BC vendeu a oferta total de até 9 mil swaps, rolando cerca de 4,5% do lote total, que equivale a US$ 9,831 bilhões. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender a oferta integral sempre, como tem feito, a autoridade monetária vai rolar cerca de 80% do lote do mês que vem.
Nos dois meses anteriores, a autoridade monetária rolou integralmente os lotes que venceram.
Nesta manhã, a autoridade monetária também vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias. Foram vendidos 2,5 mil contratos para 1º de junho e 1,5 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,8 milhões.