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Dólar fecha em leve baixa, aos R$ 5,78, com mercado à espera de pacote fiscal robusto

Nesta semana encurtada pelo feriado da Proclamação da República na sexta-feira, a divisa acumulou alta de 0,85%

14 nov 2024 - 17h38
(atualizado às 18h18)
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No exterior, o dólar seguiu sustentando ganhos ante boa parte das demais divisas, em mais um dia de "Trump trade".
No exterior, o dólar seguiu sustentando ganhos ante boa parte das demais divisas, em mais um dia de "Trump trade".
Foto: Reuters

O dólar fechou a quinta-feira em baixa ante o real, ainda que limitada, interrompendo uma sequência recente de ganhos, com investidores se apegando à possibilidade de que o pacote fiscal do governo federal atinja cifras acima do que vinha sendo esperado.

No exterior, o dólar seguiu sustentando ganhos ante boa parte das demais divisas, em mais um dia de "Trump trade".

O dólar à vista fechou o dia em leve baixa de 0,09%, cotado a 5,7862 reais. Nesta semana encurtada pelo feriado da Proclamação da República na sexta-feira, a divisa acumulou alta de 0,85%.

Às 17h06, o dólar para dezembro -- o mais líquido atualmente no Brasil -- cedia 0,37%, aos 5,7955 reais.

No início da sessão o dólar chegou a oscilar em alta ante o real, em sintonia com o exterior, onde os agentes seguiam buscando a moeda norte-americana em meio à leitura de que as políticas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tendem a ser inflacionárias.

Às 9h03, logo após a abertura, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 5,8297 reais (+0,66%).

Com as cotações acima dos 5,80 reais, alguns agentes aproveitaram para vender dólares, repetindo algo que vem ocorrendo em sessões recentes, o que enfraqueceu a moeda norte-americana.

Além disso, o mercado se apegou a notícias na imprensa -- não confirmadas oficialmente -- de que o pacote fiscal do governo Lula pode ter impacto de 70 bilhões de reais.

O número foi bem recebido, já que o mercado vinha especulando que o governo adotaria cortes mais modestos, de 30 bilhões a 50 bilhões de reais, conforme profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias. Assim, o esforço de 70 bilhões de reais, se confirmado, iria emitir um sinal de compromisso do Planalto com o equilíbrio fiscal.

"Surgiu esta informação de que o pacote será robusto, então o pessoal que estava comprado (posicionado na alta do dólar) realiza um pouco", disse durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao justificar a venda de dólares que conduziu as cotações para o território negativo.

Às 12h20, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de 5,7607 reais (-0,54%).

Também no início da tarde, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou por videoconferência de dois eventos, nos quais reiterou a preocupação da autarquia com as expectativas de inflação e a necessidade de controle fiscal para que os juros caiam.

Além disso, Campos Neto reconheceu que a eleição de Trump fortaleceu o dólar nos países emergentes, mas avaliou que o Brasil será menos afetado.

"Obviamente um dólar forte afetará todos os países dos mercados emergentes, mas a minha opinião era de que o Brasil seria menos afetado", afirmou Campos Neto. "O Brasil não vai ser tão afetado... será afetado, mas em menor grau", acrescentou.

No restante da tarde o dólar à vista se reaproximou da estabilidade, até encerrar em leve baixa.

No exterior, às 17h22, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,39%, a 106,870.

No fim da manhã o BC vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.

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