Dólar fecha em queda ante real por entrada de recursos e BC
Volume ficou em cerca de US$ 1,4 bilhão, segundo a BM&F
O dólar fechou em leve queda ante o real nesta sexta-feira, após passar a primeira parte do pregão em alta, com movimento de entrada de recursos e o ambiente de intervenções do Banco Central.
A moeda americana recuou 0,13%, a R$ 2,2301 na venda, após bater na máxima do dia de R$ 2,2414. O volume ficou em cerca de US$ 1,4 bilhão, segundo a BM&F. "O que tem de positivo no câmbio são o ambiente de atuação do BC, as notícias de fluxo, e essas captações externas que estão tendo", afirmou o economista-chefe do banco J.Safra, Carlos Kawall.
Nesta manhã, o BC vendeu 4 mil swaps com vencimento em 2 de fevereiro do próximo ano, com volume equivalente a US$ 198,7 milhões Na operação, não foram vendidos contratos para 1º de dezembro deste ano. Em seguida, vendeu a oferta total de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. Ao todo, já rolou cerca de 42% do lote total, que corresponde a US$ 10,060 bilhões.
O ambiente mais positivo do mercado de câmbio brasileiro deve-se também às entradas de recursos. Nesta sessão, um fluxo pontual foi o responsável por levar a moeda norte-americana ao terreno negativo, segundo especialistas. Depois de o Banco do Brasil captar US$ 2,5 bilhões, foi a vez do Rioprevidência, fundo de pensão do Estado do Rio de Janeiro, obter US$ 2 bilhões em títulos de 10 anos.
A intervenção do BC e os fluxos positivos evitaram ainda que a valorização do dólar mais cedo fosse mais forte, como acontecia no exterior. A divisa americana subia frente a outras moedas emergentes, como a lira turca, e de países desenvolvidos, como o iene. Neste caso, após o Banco do Japão não mudar sua política monetária. A decisão japonesa faz com que investidores busquem aplicações com mais retorno, segundo o analista do Societé Générale, Kit Juckes.
Com o desempenho dessa sessão, fica mais consolidada no mercado a visão de que o dólar voltou a ser negociada entre R$ 2,20 e R$ 2,25, banda informal que tem sido negociado nos últimos meses. Para boa parte do mercado, esse intervalo agradaria ao BC, por não ser inflacionário e não prejudicar as exportações.