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Dólar fecha em R$ 3,14 em segunda sessão seguida de queda

Nas últimas duas sessões, a divisa acumulou perdas de 4,59%

23 mar 2015 - 17h25
(atualizado em 24/3/2015 às 09h07)
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O dólar fechou em queda de mais de 2% ante o real pela segunda sessão consecutiva, diante da tranquilidade nos mercados internacionais, com investidores deixando de lado as turbulências políticas locais e se concentrando na expectativa de liquidez abundante nos mercados financeiros globais.

<p>O resumo é que o mercado está volátil, tanto para baixo quanto para cima, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso</p>
O resumo é que o mercado está volátil, tanto para baixo quanto para cima, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso
Foto: Getty Images

A moeda americana recuou 2,63%, a R$ 3,1453 na venda.

Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de US$ 900 milhões (aproximadamente R$ 2,8 bilhões).

Nas últimas duas sessões, a divisa acumulou queda de 4,59%.

"O resumo é que o mercado está volátil, tanto para baixo quanto para cima", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso. "O investidor não sabe onde o dólar vai se assentar, então quando vê um movimento mais acentuado, acompanha a manada".

Apostas de que o Federal Reserve não deve ter pressa para elevar os juros nos Estados Unidos e a liquidez adicional providenciada pelo programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE) têm gerado algum alívio no mercado brasileiro de câmbio nas últimas sessões, apesar das persistentes preocupações com a viabilidade do ajuste fiscal no País.

Atritos entre o governo federal e o Congresso Nacional vêm dificultando a implementação das medidas de reequilíbrio das contas públicas prometidas pela equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O quadro de fundamentos macroeconômicos deteriorados e expectativas de que o Banco Central brasileiro possivelmente não estenda sua intervenção no mercado de câmbio somam-se aos ruídos.

Onda de alívio

A estrategista para a América Latina do Jefferies, Siobhan Morden, defendeu em relatório que boa parte das notícias negativas já estão embutidas na atual cotação do dólar, ressaltando que o câmbio pode ter mais uma onda de alívio se a Petrobras divulgar seu balanço auditado. Ela salientou, contudo, que o processo de ajuste fiscal deve ser longo e arrastado, sustentando a volatilidade no mercado.

"Há dificuldades par avaliar o risco de crédito durante o que parece ser um processo longo para restaurar a âncora fiscal sem apoio parlamentar, com o persistente escândalo da Petrobras e a iminente recessão econômica", disse ela. "Dito isso, os mercados já descontaram cenários extremos".

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, divididos igualmente entre os vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de março de 2016. Os contratos colocados equivalem a uma posição vendida em dólar e têm volume correspondente a US$ 97,7 milhões.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, rolou cerca de 57% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

Decisão do BC norte-americano traz alívio aos mercados:

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