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Dólar fecha estável com auxílio do exterior, mas segue pressionado por fiscal

A moeda à vista fechou o dia com leve baixa de 0,05%, cotado a 6,0624 reais

3 dez 2024 - 17h11
(atualizado às 18h11)
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Notas de dólar
12/02/2018. REUTERS/Jose Luis Gonzalez/Foto ilustrativa
Notas de dólar 12/02/2018. REUTERS/Jose Luis Gonzalez/Foto ilustrativa
Foto: Reuters

Após subir por cinco dias consecutivos e bater recordes históricos, o dólar fechou a terça-feira praticamente estável ante o real, influenciado pelo recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, ainda que as preocupações em torno do equilíbrio fiscal brasileiro seguissem sustentando as cotações bem acima dos 6,00 reais.

O dólar à vista fechou o dia com leve baixa de 0,05%, cotado a 6,0624 reais, após ter atingido na véspera o maior valor nominal de encerramento da história, de 6,0652 reais. No ano, a divisa dos EUA acumula elevação próxima de 25%.

Às 17h23, o dólar para janeiro -- o mais líquido no Brasil -- cedia 0,12%, aos 6,0715 reais.

No início do dia o dólar ensaiou um recuo mais forte ante o real, enquanto investidores digeriam dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o noticiário externo.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores. Embora tenha ficado em linha com a expectativa dos economistas consultados em pesquisa da Reuters, o resultado seguiu indicando uma economia aquecida, com potencial inflacionário.

Segundo analistas, isso tende a favorecer um ciclo maior de altas da taxa básica Selic, hoje em 11,25% ao ano -- o que em tese iria atrair mais dólares ao Brasil.

No exterior, o dólar cedia ante a maior parte das demais divisas -- ainda que tenha avançado ante o won, após o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarar lei marcial no país.

Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 6,0280 reais (-0,61%) às 9h10, pouco depois da abertura.

Ao longo da manhã, porém, a divisa recuperou o fôlego com o mercado ainda muito sensível à questão fiscal brasileira. Apesar do corte de 71,9 bilhões de reais em despesas em dois anos anunciado pelo governo no pacote da semana passada, foi mal-recebida a proposta de isenção de Imposto de Renda.

"O cenário interno segue fazendo preço. Ninguém esperava a isenção do IR para quem ganha até 5 mil reais e, fora isso, economistas fizeram cálculos e há a percepção de que os números não batem", comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Este mal-estar fez o dólar colar novamente nos 6,10 reais. Às 11h39, a divisa à vista marcou a máxima de 6,0962 reais (+0,51%). Durante a tarde, a moeda se reaproximou da estabilidade.

No exterior, às 17h21, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,06%, a 106,310.

No fim da manhã o Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.

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