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Dólar fecha praticamente estável ante o real; cautela com exterior e eleições continua

4 set 2018 - 17h13
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O dólar fechou praticamente estável frente ao real nesta terça-feira, num movimento de correção após ter encostado no patamar de 4,20 reais durante o pregão, com os investidores ainda cautelosos com o cenário externo e eleições presidenciais locais.

Notas de reais e dólares em foto ilustrativa
10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de reais e dólares em foto ilustrativa 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

O dólar avançou 0,03 por cento, a 4,1531 reais na venda, atrás apenas do patamar recorde de fechamento de 4,1655 reais batido em 21 de janeiro de 2016.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 4,1384 reais e, na máxima, a 4,1947 reais. O dólar futuro rondava a estabilidade no final da tarde.

"O mercado aguarda os desdobramentos das negociações entre os Estados Unidos e o Canadá, além da imposição de novas alíquotas já anunciadas pelo governo norte-americano aos produtos chineses. Com isso, o clima segue de cautela, o que tem atingido, além das bolsas europeias, as moedas dos países emergentes", justificou mais cedo o banco Bradesco em relatório, quando o dólar rondava as máximas do dia.

As tensões comerciais vêm afetando os mercados globais e emergentes, com as preocupações aumentando novamente após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, no fim de semana de que não havia necessidade de manter o Canadá no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Além disso, Trump estaria preparado para acelerar rapidamente a guerra comercial com a China e poderia estar pronto para impor mais tarifas às importações chinesas.

No exterior, o dólar tinha forte avanço ante uma cesta de moedas e sobre moedas de países emergentes, com destaque para o rand, depois que a África do Sul entrou em recessão no segundo trimestre pela primeira vez desde 2009.

As atenções também continuaram voltadas para a Argentina, onde o governo anunciou novos impostos e cortes de gastos na véspera para tentar equilibrar o orçamento e antecipar recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI). O dólar subia 3 por cento ante o peso argentino perto do fechamento doméstico.

A forte alta do dólar durante a manhã, no entanto, foi perdendo força e chegou a ser revertida com a notícia de que o Ministério Público de São Paulo denunciou o candidato a vice-presidente do PT, Fernando Haddad, por corrupção.

"Tudo o que atrapalhar o PT neste momento é bom para o mercado", afirmou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.

Haddad, provável substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa do PT após o ex-presidente ter sido barrado da disputa na semana passada, já havia sido acusado pelo MP de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito no mesmo caso.

O mercado vê o PT como menos comprometido com as contas públicas e, por isso, assume posturas defensivas diante da possibilidade de a legenda avançar para o segundo turno. Lula lidera todas as pesquisas de intenção de votos à Presidência e os investidores temem a força de transferência desses votos para seu substituto.

O mercado também esteve na expectativa sobre novas pesquisas de intenção de votos: Ibope, depois do fechamento do mercado nesta terça-feira, e Datafolha, que deve sair no fim de semana.

Embora não tenha sustentado o recuo até o final do dia, o dólar também não voltou a galgar patamares mais altos, já que exportadores aproveitaram preços e os investidores também voltaram a ficar atentos à possibilidade de atuação extraordinária do Banco Central.

A autoridade, no entanto, apenas ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 1,09 bilhão de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vence em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

(Edição de Patrícia Duarte)

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