Dólar recua ante real com exterior e fluxo de entrada
O dólar passou a operar em queda ante o real nesta quinta-feira, sintonizado ao movimento no exterior, em meio ao ingresso de recursos, um dia depois que o Federal Reserve, banco central norte-americano, confirmou que caminha para elevar os juros neste ano.
Às 12:02, o dólar recuava 0,16%, a R$ 3,2565 na venda, depois de atingir a máxima do dia de R$ 3,2740 mais cedo. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,55%.
"O fluxo de ingresso de recursos está forte", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
No exterior, o dólar também passou a cair ante uma cesta e caia frente ao euro. O dólar também perdeu força e recuava ante moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
O movimento vinha também após os membros do Banco Central Europeu (BCE) sentiram que era muito cedo para sinalizar normalização da política monetária, mesmo que estivesse crescendo a confiança de que a inflação finalmente voltará à meta.
Mais cedo, o dólar subiu um pouco frente ao real na esteira da ata do encontro de política monetária do Fed a véspera, pela qual mostrou mais confiança na necessidade de continuar elevando os juros, com a maioria acreditando que a inflação vai subir.
As avaliações eram de que o Fed vai subir os juros três vezes neste ano, como o indicado pela própria autoridade monetária. Taxas mais altas na maior economia do mundo tendem a atrair recursos aplicados em outras praças, como a brasileira..
"A ata do Fed não foi agressiva... No entanto, eles insinuaram uma inquietação em relação aos riscos de inflação à frente", comentou o economista-chefe do banco suíço Julius Baer, Janwillem Acket, em nota.
"Com os dados relacionados à inflação publicados desde essa reunião e a política fiscal expansionista à frente, temos que nos preparar para um tom mais determinado nas próximas reuniões, com todas as possíveis repercussões nos mercados", acrescentou.
Internamente, o mercado seguia monitorando o cenário político, após o governo desistir da votação da reforma da Previdência.
O Banco Central vendeu integralmente a oferta de até 9.500 contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem do vencimento de março. Desta forma, já rolou US$ 4,750 bilhões do total de US$ 6,154 bilhões que vencem no mês que vem.
Mantido esse volume diário até o final do mês e vendendo os lotes todos, rolará integralmente os swaps que vencem agora.