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Dólar salta com temor de nova pressão de Lula por mudanças na meta de inflação; Ibovespa segue em queda

14 fev 2023 - 15h51
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O dólar reverteu perdas de mais cedo e subia acentuadamente frente ao real na tarde desta terça-feira, com investidores voltando a temer pressões do governo Luiz Inácio Lula da Silva por alterações na meta de inflação do país e redução no nível dos juros.

Notas de dólares
07/02/2011
REUTERS/Lee Jae-Won
Notas de dólares 07/02/2011 REUTERS/Lee Jae-Won
Foto: Reuters

Às 15:37 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,57%, a 5,2066 reais na venda. No maior patamar do dia, a moeda norte-americana chegou a saltar 1,02%, a 5,2299 reais, depois de mais cedo ter caído até 0,93%, a 5,1288.

Na B3, às 15:37 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,85%, a 5,2175 reais.

Hélder Wakabayashi, analista da Toro Investimentos, disse à Reuters que a piora no mercado doméstico refletiu notícia do serviço de notícias Broadcast de que Lula teria avisado à equipe econômica que quer um aumento de 1 ponto percentual na meta de inflação de 2023, atualmente em 3,25%, e a redução da Selic para um patamar próximo de 12% até o fim do ano.

A notícia foi publicada depois de mais cedo investidores terem reagido positivamente a falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que se posicionou em entrevista na noite de segunda-feira e em evento esta manhã contra eventual flexibilização dos objetivos de inflação do Brasil.

"Ontem tivemos um apaziguamento (com Campos Neto) e hoje Lula solta essa frase. Tensionou os ânimos; se um lado jogou panos quentes, falando que não vamos fazer mudanças de teor político, hoje temos isso, estressa", disse Wakabayashi.

O Ibovespa, que vinha de movimento de queda desde o final da manhã, passeou pelas mínimas do dia após a notícia da fala de Lula sobre as metas de inflação, mas já moderou as perdas. Por volta de 15h36, o índice cedia 0,67%, a 108.107,73 pontos.

Os ativos brasileiros têm sido abalados pela tensão institucional entre governo e BC nos últimos dias, após críticas intensas de Lula e aliados à atuação da autoridade monetária e ao nível dos juros no país.

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