Dólar tem correção e sobe 1,16%, fechando a R$ 3,72
Moeda estrangeira foi influenciada pelo cenário externo de maior aversão ao risco
O dólar interrompeu uma sequência de três quedas e terminou a quinta-feira com a primeira alta ante o real nesta semana, num movimento de correção parcial à forte queda recente, influenciado pelo cenário externo de maior aversão ao risco.
O dólar avançou 1,16 por cento, a 3,7250 reais na venda, na terceira alta registrada desde o primeiro turno das eleições no dia 7 de outubro. Na véspera, a moeda norte-americana fechou no menor valor em quase cinco meses, a 3,6822 reais. No mês até a véspera, a moeda acumulava queda de 8,79 por cento.
Na mínima desta sessão, a moeda foi a 3,6734 reais e, na máxima, a 3,7325 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,90 por cento.
"A tendência [da cotação do dólar] segue sendo de baixa, com a eleição como catalisador. Naturalmente sempre fica algum hedge montado para qualquer efeito surpresa", ponderou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
Na véspera, fluxo de recursos ajudou o dólar a furar o piso de 3,70 reais, mas operadores avaliaram que transpor 3,65 reais, considerado outro suporte forte, será um pouco mais difícil.
A percepção é de que um patamar mais baixo para o dólar daqui para a frente será alcançado com o andamento de uma agenda reformista no governo.
Para o mercado, o candidato a presidente com mais chances de implementar essa agenda seria Jair Bolsonaro (PSL), devido principalmente à sua escolha de Paulo Guedes como principal assessor econômico.
Nesta noite, outra pesquisa Datafolha será divulgada e o mercado quer saber se a ampla vantagem de Bolsonaro para Fernando Haddad (PT) mostrada nos últimos levantamentos vai se manter.
"Por mais que a vantagem de Bolsonaro siga confortável, investidores devem ajustar portfólios a cada novo estudo. Mas na prática os movimentos já começam a refletir expectativas com políticas futuras do iminente governo do PSL, com foco nos temas privatização e ajuste fiscal", acrescentou Alessie Machado.
No exterior, o dólar subia ante a cesta de moedas, e ante a maioria das divisas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 5,005 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.