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Dólar sobe 0,55% e volta a R$2,61 com piora na cena externa

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão.

10 dez 2014 - 17h38
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<p>Moeda norte-americana subiu 0,55%, a R$ 2,6125 na venda, ap&oacute;s atingir R$ 2,6176&nbsp;na m&aacute;xima e R$ 2,5861 na m&iacute;nima da sess&atilde;o</p>
Moeda norte-americana subiu 0,55%, a R$ 2,6125 na venda, após atingir R$ 2,6176 na máxima e R$ 2,5861 na mínima da sessão
Foto: Gary Cameron / Reuters

O dólar fechou em alta nesta quarta-feira e renovou a máxima em quase dez anos, voltando à casa dos R$ 2,61, refletindo o aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais em meio à queda dos preços do petróleo, que chegou às mínimas em cinco anos.

No cenário interno, o mercado também refletiu as incertezas sobre quais medidas serão adotadas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff e o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio.

A moeda norte-americana subiu 0,55%, a R$ 2,6125 na venda, após atingir R$ 2,6176 na máxima e R$ 2,5861 na mínima da sessão. Trata-se do nível mais alto de fechamento desde 15 de abril de 2005, quando foi a R$ 2,620.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão.

"O mercado está sensível nesse clima de final de ano, com liquidez baixa. Uma piora no humor lá fora, como aconteceu hoje, acaba tendo um efeito exagerado", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

O petróleo Brent caiu abaixo de 65 dólares por barril nesta quarta-feira devido a crescentes sinais de excesso de oferta e demanda fraca, acumulando perdas de mais de 40% desde junho.

A queda da commodity impulsionou o dólar contra moedas como o peso mexicano e o rand sul-africano, ao mesmo tempo em que caíam os rendimentos dos Treasuries, com investidores buscando proteção na dívida soberana norte-americana.

A divisa vinha enfrentando dificuldades para se firmar acima de R$ 2,60, patamar que analistas identificam como uma resistência no curto prazo.

No Brasil, o dólar ampliou os ganhos nesta tarde, após mostrar variações pequenas na primeira parte do pregão em meio à incerteza sobre a política econômica. A nova equipe econômica --encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC-- agradou investidores, que viram nos nomes sinais de mais ortodoxia na condução da política econômica.

Agora, buscam entender quais ações concretas serão tomadas para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo. Os holofotes estão voltados principalmente para as contas públicas, com dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir a nova meta de superávit primário de 2015, equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O mercado também continuou à espera de sinais sobre o futuro das atuações diárias do BC no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim deste ano. Tombini já havia dito que o atual estoque de swap, equivalente a pouco mais de US$ 100 bilhões, atendia a demanda do mercado, abrindo espaço para especulações de que o programa pode ser reduzido.

Na véspera, o presidente do BC afirmou que a autoridade monetária tem mais duas semanas para monitorar o programa e então tomar sua decisão.

"Teremos uma resposta sobre o programa do BC em alguns dias. Pelo jeito, já está no preço que ele vai diminuir, mas se o BC parar com os leilões diários deve haver uma reação mais forte", disse o operador de uma corretora internacional.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas rações diárias. Foram vendidos 3,1 mil contratos para 1º de junho e 900 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 198,3 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total.

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