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Dólar sobe 0,76% ante real por preocupação com Grécia

Por outro lado, expectativa de nova alta do juros no Brasil alimenta aposta em entrada de recursos estrangeiros

24 jun 2015 - 17h43
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O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira (24), com investidores adotando uma postura mais defensiva em meio a renovadas preocupações com a crise envolvendo a dívida da Grécia e monitorando o noticiário sobre as políticas monetárias do Brasil e dos Estados Unidos. A moeda norte-americana avançou 0,76%, a R$ 3,1014 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares.

Giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares.
Giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares.
Foto: Sergio Moraes / Reuters

A expectativa de novas altas de juros no Brasil tem alimentado apostas em entrada de recursos externos, reforçadas nesta manhã pelo Relatório de Inflação do Banco Central. No entanto, sinalizações de que o Federal Reserve pode elevar os juros em setembro têm ofuscado parcialmente essa perspectiva. "O dólar está buscando um patamar para se estabilizar. Quando o dia é mais de cautela, como hoje, ele se aproxima de R$ 3,10. Quando o humor está bom, vai para perto de R$ 3", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

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Após dois dias de bom humor, o mercado voltou a adotar cautela em relação à Grécia. Credores internacionais exigiram nesta quarta-feira (24) mudanças politicamente sensíveis às propostas de reforma e tributação do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, criando novas incertezas nas negociações para liberar auxílio financeiro e evitar o calote na semana que vem. "O mesmo motivo que trazia alívio e otimismo para os mercados internacionais voltou a provocar certa cautela: Grécia", escreveram analistas da Lerosa Investimentos em relatório.

Na cena local, investidores avaliaram o Relatório de Inflação do BC, no qual a autoridade monetária projetou inflação de 4,8% em 2016, ainda acima da meta do governo, e reiterou a promessa de adotar "determinação e perseverança" para combater a alta dos preços. O documento motivou apostas em mais altas de juros, o que torna mais atrativas aplicações no Brasil.

Por outro lado, a perspectiva de que o aperto monetário nos Estados Unidos comece em breve pode ofuscar esse movimento. Investidores vêm observando atentamente os indicadores econômicos norte-americanos e declarações de diretores do Fed em busca de pistas sobre quando isso de fato vai ocorrer. "No médio prazo, a política monetária é a chave que vai definir se o dólar permanece perto de R$ 3 ou volta a subir mais cedo", disse o operador de uma corretora internacional, sob condição de anonimato.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, repôs o equivalente a 5,205 bilhões de dólares ao todo, ou por volta de 60% do lote total, que corresponde a 8,742 bilhões de dólares.

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