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Dólar sobe 0,9% após declarações de Tombini, que segue no BC

Foram negociados apenas cerca de 180 mil contratos de dólar para dezembro, abaixo da média diária de 300 mil deste mês

27 nov 2014 - 18h31
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Tombini afirmou que o atual estoque de swaps cambiais "já atende de forma significativa" à demanda por proteção cambial da economia
Foto: Chris Helgren / Reuters

O dólar fechou em alta nesta quinta-feira após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, indicar que o programa de atuações no câmbio não deve crescer mais, após ter atingido o nível de cerca de US$ 100 bilhões em contratos em circulação.

A moeda norte-americana subiu 0,9%, a R$ 2,5295 na venda, terminando perto da máxima do dia, de R$ 2,5332, após operar com leves variações durante a maior parte da sessão. O giro financeiro ficou baixo, tanto no mercado à vista quanto no futuro, devido ao feriado do Dia de Ação de Graças, que manteve fechados os mercados norte-americanos.

Foram negociados apenas cerca de 180 mil contratos de dólar para dezembro, abaixo da média diária de 300 mil deste mês. Já na câmara de dólar pronto da BM&F, apenas US$ 600 milhões trocaram de mãos.

Tombini afirmou, em entrevista coletiva logo após o Palácio do Planalto anunciar que ele continuará à frente do BC no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, que o atual estoque de swaps cambiais - que, segundo dados da véspera, equivalia a uma posição vendida de cerca de US$ 105 bilhões - "já atende de forma significativa" à demanda por proteção cambial da economia.

"O BC não vê problema em ficar vendido em US$ 100 bilhões, mas parece que não tem disposição para aumentar essa posição", disse o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno. "Isso significa que vai ter que diminuir bastante a atuação", acrescentou.

A autoridade monetária vem atuando diariamente no mercado de câmbio desde agosto do ano passado para oferecer proteção cambial e limitar a volatilidade da moeda. Alguns analistas criticam a intervenção constante, acusando-a de criar distorções que podem prejudicar a economia brasileira.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3 mil contratos para 1º de junho e 1 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,8 milhões.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 14 mil swaps naquele que deve ser o último leilão para rolagem dos contratos que vencem em dezembro. Com isso, rolou quase todo o lote que vence na semana que vem, equivalente a US$ 9,831 bilhões.

O próximo lote de swaps vence em 2 de janeiro e equivale a US$ 9,827 bilhões.

Até as declarações de Tombini, o dólar vinha mostrando leves variações, com investidores esperando o anúncio da próxima equipe econômica. Além do presidente do BC, o governo anunciou Joaquim Levy como ministro da Fazenda e Nelson Barbosa como ministro do Planejamento.

Investidores reagiram bem aos nomes, avaliando que a presidente Dilma Rousseff reconhece a necessidade de mudança na política econômica, criticada por contribuir para o atual quadro de inflação alta e crescimento baixo.

Foram bem recebidas, por exemplo, declarações de Levy de que o setor público perseguirá em 2015 uma meta de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto, e a partir daí não menor do que 2%. A política fiscal vem sendo acusada de ser excessivamente expansionista e pouco transparente.

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