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Dólar sobe 1% e se reaproxima de R$3,80, à espera do BC

Investidores aguardam mais intervenções do Banco Central com sua atuação no mercado futuro

20 jun 2018 - 17h18
(atualizado às 17h49)
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O dólar viveu um pregão de extremos nesta quarta-feira, ao fechar com alta de 1% e se reaproximar do patamar de 3,80 reais com os investidores à espera de mais intervenções do Banco Central e depois de ter recuado 1% mais cedo com alívio diante do exterior e cena política local.

O dólar avançou 1,03%, a R$ 3,7827 na venda, depois de ir a R$ 3,7064 na mínima do dia e a R$ 3,7880 na máxima. O dólar futuro subia cerca de 1% no final da tarde.

"O mercado fez algumas compras, mas esperava que o Banco Central atuasse novamente. Ele colocou pouco swap hoje", disse o gerente de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Dólar avançou 1,03%, a R$ 3,7827 na venda, depois de ir a R$ 3,7064 na mínima do dia e a R$ 3,7880 na máxima
Dólar avançou 1,03%, a R$ 3,7827 na venda, depois de ir a R$ 3,7064 na mínima do dia e a R$ 3,7880 na máxima
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

No começo da tarde, quando a queda do dólar já havia perdido força após investidores comprarem diante do baixo preço, o BC voltou a atuar no mercado, depois de ter ficado de fora na véspera, ao anunciar e vender integralmente a oferta de até 20 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares.

Esse foi o segundo leilão dessa semana com novos contratos, período em que o BC informou que injetaria o equivalente a 10 bilhões de dólares em swaps. Até agora, foram US$ 2 bilhões.

A autoridade também já havia vendido a oferta integral de até 8.800 swaps para rolar os contratos que vencem em julho. Já rolou US$ 6,160 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões e, se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, fará rolagem integral.

Passado o leilão, no entanto, o dólar voltou a ganhar tração para acabar o dia em alta.

Mais cedo, o dólar foi negociada em queda diante de algum alívio com a cena política local. Levantamento do Instituto Paraná feito apenas no estado de São Paulo mostrou que o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) seguia liderando, com 21,4 e 21,6% das intenções de votos em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa, seguido por (PSDB), com 18,4 e 19,1% nos mesmos cenários sem o petista.

Em pesquisa realizada em fevereiro passado pelo mesmo instituto, também ouvindo apenas eleitores paulistas, Bolsonaro tinha 23,4 e 23,5% nesses cenários, com Alckmin com 22,1 e 23,2%.

O mercado doméstico piorou nas últimas semanas após pesquisas eleitorais mostraram dificuldade dos candidatos que os investidores consideram como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.

Também pesou a greve dos caminhoneiros, em maio, que alimentou as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.

O recuo do dólar ante o real pela manhã também foi influenciado pelo cenário externo, onde os mercados cambiais davam um respiro depois que a China sinalizou tolerância a uma moeda mais forte ao fixar um ponto médio diário mais forte do que o esperado. O dólar operava estável ante uma cesta de moedas e recuava frente a algumas divisas de países emergentes.

Na véspera, o mercado internacional viveu movimento de aversão ao risco diante do recrudescimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China após nova ameaça de mais tarifas comerciais pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e retaliação de Pequim.

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