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Dólar sobe 1,55% ante real e fecha semana cotado a R$ 3,24

No acumulado da semana, moeda americana registrou leve avanço de 0,32%

27 mar 2015 - 18h21
(atualizado às 18h25)
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<p>Dólar encerrou semana cotado a R$ 3,24</p>
Dólar encerrou semana cotado a R$ 3,24
Foto: Siphiwe Sibeko / Reuters

O dólar fechou com alta de mais de 1,5 por cento sobre o real nesta sexta-feira, com investidores buscando um nível de equilíbrio para o câmbio após a intensa volatilidade das últimas semanas, que levou a divisa a encostar em 3,30 reais e cair abaixo de 3,10 reais.

A moeda norte-americana subiu 1,55 por cento, a 3,2405 reais na venda e, na semana, acumulou leve avanço de 0,32 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,4 bilhões de dólares.

Após disparar ante o real no início do mês, números fracos sobre a economia dos Estados Unidos e declarações cautelosas do Federal Reserve levaram o dólar a corrigir parte do avanço. Mas o alívio durou pouco, com a decisão do Banco Central brasileiro de encerrar seu programa de intervenção diária servindo de catalisador para compras de divisas.

"Há uma percepção mais ou menos generalizada de que o dólar a 3,10 reais é muito barato. Mas, ao mesmo tempo, o mercado sabe que alguma hora o dólar vai ter de parar de subir", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Nesta tarde, a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmou que o banco central norte-americano está considerando seriamente começar a reduzir sua política monetária expansionista e uma alta de juros pode ser justificada ainda neste ano, embora eventuais entraves à alta do núcleo da inflação ou ao crescimento salarial possam forçar o banco central norte-americano a adiá-la.

Segundo operadores, o sentimento no mercado é de incerteza, com viés de valorização do dólar. As turbulências políticas e econômicas no Brasil têm levado investidores a buscarem refúgio na moeda norte-americana, por receio de que governo não consiga implementar as medidas de ajuste fiscal.

O viés de alta da divisa dos EUA é ainda mais intenso porque, na opinião da maior parte dos operadores, o ajuste do câmbio é condição para o reequilíbrio da economia brasileira. Por isso, afirmam, mesmo condições econômicas mais favoráveis não seriam suficientes para levar o dólar a cair com força ante a moeda brasileira.

A economia brasileira cresceu 0,1 por cento em 2014, levemente acima das expectativas de analistas, que previam estagnação. Mas economistas não se surpreenderam ou se animaram com o desempenho, com o investimento mostrando o pior resultado desde 1999 e indicando contínuas dificuldades em 2015.

"O PIB sanciona aquela sensação de que nada está indo muito bem, de que não dá para imaginar a economia melhorando tão cedo", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

Na noite passada, o BC anunciou que fará na próxima semana leilões de venda de dólares com compromisso de recompra, na primeira operação desse tipo desde 22 de dezembro. Segundo operadores, no entanto, o anúncio não teve grande impacto nas cotações do dólar.

"Não está faltando liquidez no mercado, está havendo uma mudança em termos de fundamentos. Não dá para brigar com isso, principalmente com um instrumento mais fraco como os leilões de linha", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, com volume equivalente a 98,2 milhões de dólares. Todos os contratos vendidos vencem em 1º de dezembro de 2015. Também foram ofertados swaps para 1º de março de 2016, mas nenhum foi colocado.

O BC também vendeu a oferta total de até 7,4 mil swaps cambiais na rolagem dos contratos que vencem em 1º de abril. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 71 por cento do lote total, correspondente a 9,964 bilhões de dólares.

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