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Dólar sobe 1,9% e volta a R$ 3, mas ainda recua em abril

No mês, a moeda norte-americana acumulou queda de 5,57%

30 abr 2015 - 18h01
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Segundo dados da BM&F, o giro financeiro desta sessão ficou em torno de US$ 1 bilhão
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro desta sessão ficou em torno de US$ 1 bilhão
Foto: Gary Cameron / Reuters

O dólar fechou com a maior alta ante o real em mais de um mês nesta quinta-feira, e voltou acima de R$ 3, pressionado por números fortes sobre a economia dos Estados Unidos e renovadas preocupações com os empecilhos ao ajuste fiscal no Brasil.

O dólar subiu 1,88%, a R$ 3,0131 na venda, maior alta diária desde 25 de março, quando subiu 2,43%. Na máxima da sessão, a divisa atingiu R$ 3,0213.

Em abril, a moeda norte-americana acumulou queda de 5,57%, interrompendo sete meses consecutivos de elevação.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro desta sessão ficou em torno de US$ 1 bilhão.

Segundo analistas, contudo, a moeda norte-americana não deve voltar tão cedo às máximas em mais de uma década, renovadas nos últimos meses. Isso porque os elevados juros domésticos devem sustentar o fluxo de capitais para o Brasil.

"Acredito que o dólar volte a subir com força na segunda metade do ano, quando ficar mais claro que o Fed está se preparando para subir juros. Até lá, a Selic a 13% deve amortecer a pressão por aqui", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

As principais moedas emergentes também perderam terreno nesta sessão contra a divisa dos EUA após uma série de dados positivos sobre a maior economia do mundo, incluindo uma queda dos pedidos de auxílio-desemprego ao menor nível desde 2000.

Investidores têm buscado pistas sobre quando o Federal Reserve pretende começar a elevar os juros norte-americanos. Na sessão passada, o crescimento econômico fraco dos EUA no primeiro trimestre alimentou expectativas de que isso pode demorar mais que o esperado para acontecer, mas os indicadores econômicos desta sessão sugeriram que o mau desempenho pode não ter se estendido ao longo do ano.

"O Fed tem que olhar para o futuro, e não para o passado", afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

Alta do dólar e reflexos na economia assustam grande parte da população:

No Brasil, a postura mais defensiva dos investidores foi corroborada pelo superávit primário de R$ 239 milhões apurado pelo governo em março, bem abaixo dos R$ 5,15 bilhões esperados por analistas. O mercado viu no número sinais de que os obstáculos políticos ao ajuste fiscal promovido pelo governo podem atrasar ainda mais o reequilíbrio das contas públicas, medida considerada essencial para resgatar a credibilidade do país perante investidores.

A intervenção do Banco Central no câmbio também concentrou as atenções do mercado. A autoridade monetária ainda não anunciou o início da rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de junho que e equivalem a US$ 9,656 bilhões, após rolar quase integralmente o lote que vence em maio.

"O mercado está um pouco mais tranquilo, então talvez (o BC) espere um pouco para ver se esse alívio dura ou role um pouco menos do que 100%", disse o operador de um importante banco nacional.

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