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Dólar sobe ante real após decisão de Gilmar Mendes sobre Bolsa Família

Ministro do STF concedeu liminar que retira auxílios sociais da regra de teto de gastos do governo federal

19 dez 2022 - 17h19
(atualizado às 17h31)
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Dólar sobe ante real após liminar de Gilmar Mendes sobre Bolsa Família
Dólar sobe ante real após liminar de Gilmar Mendes sobre Bolsa Família
Foto: DW / Deutsche Welle

O dólar subiu frente ao real nesta segunda-feira, após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de conceder liminar que retira o Bolsa Família da regra do teto de gastos, com investidores tentando entender como a medida afeta a tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados.

A moeda norte-americana à vista subiu 0,34%, a 5,3103 reais na venda.

Na B3, onde os negócios vão além das 17h (de Brasília) o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,19%, a 5,3215 reais.

Gilmar Mendes concedeu na noite de domingo, 18, liminar que retira da regra do teto de gastos os recursos para o pagamento do Bolsa Família de 600 reais no ano que vem e permite que o governo federal utilize um crédito suplementar para pagar o benefício.

A decisão de Mendes acontece em meio às negociações na Câmara dos Deputados sobre a PEC da Transição, que busca retirar da regra do teto de gastos recursos para o cumprimento de promessas de campanha feitas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, entre eles a manutenção do benefício social de 600 reais.

A XP avaliou em nota que o impacto fiscal da liminar de Mendes tende a ser menor que o da PEC da Transição, mas ponderou que "ainda é preciso compreender melhor os detalhes da medida e como isso afeta a tramitação do projeto (PEC) na Câmara".

Apesar da decisão de Gilmar Mendes, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira a aprovação da PEC da Transição pelo Congresso. A proposta, que oferece maior segurança jurídica ao governo eleito, está entrando em uma semana decisiva, depois de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ter anunciado que a votação do texto acontecerá na terça-feira.

Para Wanessa Guimarães, sócia da HCI Investimentos e planejadora financeira pela Planejar, qualquer leitura de que o Orçamento será estourado ou flexibilizado é negativa para o mercado de câmbio, seja via PEC ou qualquer outro caminho. "A expectativa é de que a gente tenha um dólar crescente daqui para a frente", avaliou ela, que também prevê muita volatilidade nas negociações desta semana.

No exterior, ajudando a limitar as perdas do real, o dólar caía ligeiramente contra uma cesta de moedas fortes, o que Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, atribuiu a um ajuste depois de ganhos recentes na esteira da decisão de política monetária do Federal Reserve da semana passada.

Embora tenha desacelerado o ritmo de seu aperto monetário em reunião de dezembro, o banco central norte-americano emitiu comunicado mais duro do que o esperado, alertando que sua batalha contra a inflação ainda não acabou, o que despertou temores de que a alta dos juros nos Estados Unidos levará a maior economia do mundo a uma recessão.

Nesse contexto, o dólar foi beneficiado nos últimos dias, já que é considerado aposta segura em momentos de incerteza econômica.

Na última semana antes do Natal, investidores alertavam para volumes reduzidos de negociação no mercado brasileiro.

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