Dólar sobe ante real com ameaça de guerra comercial após medida de Trump
O dólar registrava pequena alta ante o real nesta sexta-feira, em dia de maior aversão ao risco externa sob o temor de guerra comercial após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que adotará tarifas sobre as importações de aço e alumínio.
Às 10:16, o dólar avançava 0,04 por cento, a 3,2560 reais na venda, depois de subir 0,37 por cento na véspera, a 3,2548 reais. O dólar futuro operava com alta de 0,12 por cento.
"Uma guerra comercial gera desgaste para emergentes. Esses países vinham ganhando tração com esse crescimento mundial forte que não acontecia há anos e, agora, podem perder esse movimento", comentou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.
Na véspera, Trump anunciou que seu governo vai impor tarifas de importação para aço e alumínio de 25 e 10 por cento, respectivamente, na próxima semana.
Em meio às reações negativas que a decisão provocou nesta sexta-feira, ele ainda tuitou que "guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar". A Comissão Europeia reagiu declarando que não hesitará em proteger sua indústria, enquanto a China afirmou que atuará para defender seus interesses.
No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas, com a decisão de Trump levantando o risco de retaliação de importantes parceiros comerciais como China, Europa e Canadá.
Por outro lado, a moeda norte-americana subia ante as divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
O movimento de alta ante o real, no entanto, era mais contido diante de um fluxo pontual de venda, segundo alguns profissionais.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção para o mercado cambial nesta quinta-feira, por enquanto. Em abril, vencem 9,029 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.