Dólar tem 4ª semana de ganhos, com Previdência e exterior no radar
O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, mas teve alta no acumulado na semana, a quarta seguida de avanço, mais longa série do tipo desde dezembro do ano passado.
O alívio desta sessão veio após fortes dados de emprego nos EUA, que amenizam receios sobre o ritmo da maior economia do mundo. Além disso, as pressões salariais seguem contidas, o que a perspectiva de manutenção dos juros atuais.
O dólar à vista fechou esta sexta-feira em queda de 0,50 por cento, a 3,9392 reais na venda. Na semana, a cotação subiu 0,19 por cento.
Em quatro semanas, o dólar acumulou ganho de 1,71 por cento. A série é a mais longa desde as sete semanas consecutivas de valorização entre o início de novembro de 2018 e meados de dezembro. Nesse período, o dólar saltou 6,84 por cento.
Em 2019, o dólar avança 0,50 por cento ante o real, o que faz a moeda brasileira destoar de alguns de seus pares, como peso mexicano (em alta de 3,8 por cento) e peso chileno, com ganho de 2,5 por cento.
A incerteza sobre a reforma da Previdência e as taxas de juros relativamente menos atrativas no Brasil têm contribuído para a performance mais fraca do real.
Robert Habib, estrategista de mercados emergentes do JPMorgan, diz que muitos investidores têm usado o dólar como hedge para posições em bolsa no Brasil, o que tem pressionado o real. Segundo ele, porém, alguns sinais de progresso no andamento da reforma podem melhorar o sentimento do investidor.
"Isso cria um ambiente favorável para que o real tenha desempenho superior a seus rivais na América Latina, e por isso mantemos posição 'acima da média do mercado' em nosso portfólio", afirmou em relatório.