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Dólar tem alta firme em dia de ajuste de preços, temor fiscal e ata do Fed

21 nov 2023 - 17h13
(atualizado às 18h07)
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Após recuar mais de 1% na véspera, quando parte das praças no Brasil estiveram fechadas pelo feriado, o dólar à vista fechou em alta firme ante o real nesta terça-feira, em meio a ajustes de preços, a receios com a área fiscal e à alta da moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas, em dia de divulgação da ata do Fed.

Notas de real e dólar em casa de câmbio no Rio de Janeiro
10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de real e dólar em casa de câmbio no Rio de Janeiro 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8984 reais na venda, em alta de 0,95%. Em novembro, a moeda acumula baixa de 2,82%.

Na B3, às 17:32 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,87%, a 4,9010 reais.

Na segunda-feira, quando várias praças de negócios permaneceram fechadas em função do Dia da Consciência Negra, o dólar à vista cedeu 1,09% ante o real, numa sessão marcada pela baixa liquidez. O forte recuo abriu espaço para que, nesta terça-feira, houvesse um ajuste de preços e posições no mercado.

"Tem um pouco de payback (retorno) de ontem (segunda-feira), quando o real ganhou bem perante o dólar. Foi um dia de liquidez menor, por ser feriado em alguns lugares, então hoje (terça-feira) há um pouco de devolução dos exageros, na medida em que a liquidez volta ao normal", comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

No início da sessão, às 9h07, o dólar à vista chegou a oscilar no território negativo, marcando a cotação mínima de 4,8420 reais (-0,21%) às 9h07. Mas o movimento não se sustentou em função dos ajustes de preços, após a forte queda da véspera.

Além disso, investidores aguardavam pela divulgação da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, marcada para as 16h, e monitoravam o noticiário no Brasil.

Os receios em torno da questão fiscal permearam os negócios com juros futuros e contribuíram para sustentar as cotações do dólar ante o real, conforme alguns profissionais ouvidos pela Reuters.

Durante a tarde, surgiu a notícia de que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou a votação do projeto que muda a forma de tributação de fundos exclusivos e offshore para quarta-feira, após um pedido de vista da oposição.

O projeto, que faz parte dos esforços do governo para melhorar a arrecadação, teve seu parecer apresentado nesta terça-feira na CAE pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da proposta. Logo depois, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), pediu vista.

Já o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que o governo quer regulamentar na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 os limites de crescimento máximos e mínimos de despesas definidos pelas novas regras fiscais, argumentando que isso "fortalece" o arcabouço para as contas públicas.

Segundo ele, os limites máximo e mínimo de crescimento real das despesas -- de 0,6% a 2,5% -- visam evitar "arranjo pró-cíclico" na política fiscal.

No exterior, durante a tarde o dólar sustentava ganhos ante divisas fortes e em relação a boa parte das moedas de países emergentes e exportadores de commodities, o que contribuía para a alta das cotações no Brasil. Às 15h25, o dólar à vista marcou a máxima de 4,9083 reais (+1,15%).

Após a divulgação da ata do Fed, o cenário se manteve, corroborando o avanço do dólar ante o real.

No documento, o Fed registrou que suas autoridades poderão adotar uma abordagem cautelosa para a taxa básica de juros dos EUA e que só precisarão aumentá-la "se" as informações recebidas mostrarem progresso insuficiente na redução da inflação.

"O documento foi divulgado às 16h, demonstrando ainda uma preocupação do comitê de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos com a inflação, que permanece elevada e distante da meta de 2%, embora, por outro lado, comece a apresentar sinais de arrefecimento", pontuou Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio, em análise enviada a clientes.

"O dólar recupera parte das perdas dos últimos dias... com cautela dos investidores diante de um cenário com maiores incertezas globais envolvendo a trajetória de juros e déficit fiscal nos Estados Unidos e o risco de recessão na Europa", acrescentou Costa.

Às 17:32 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,12%, a 103,570.

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