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Dólar tem alta leve após ataques em Brasília com reação forte de instituições democráticas

Moeda oscilou um dia depois de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadirem e depredarem as sedes dos Três Poderes em Brasília

9 jan 2023 - 17h26
(atualizado às 17h41)
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Dólar tem alta leve após ataques em Brasília com reação forte de instituições democráticas
Dólar tem alta leve após ataques em Brasília com reação forte de instituições democráticas
Foto: Reuters

O dólar teve alta comedida frente ao real nesta segunda-feira, um dia depois de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadirem e depredarem as sedes dos Três Poderes em Brasília, com a reação forte das instituições democráticas nacionais ajudando a limitar os ganhos da moeda norte-americana.

No mercado à vista, o dólar subiu 0,44%, a 5,2594 reais na venda, avanço bem comportado na comparação com os saltos de mais de 1,5% registrados em cada um dos dois primeiros pregões de 2023.

Apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram no domingo os prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, num eco da invasão do Capitólio norte-americano por apoiadores de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021.

"Tem uma percepção de que esses protestos violentos do final de semana não devem gerar uma crise política no país, porque a opinião pública está extremamente contrária a eles, então existe uma visão de que não haverá uma escalada", disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

Além disso, investidores reagiram bem ao posicionamento rápido e forte das instituições brasileiras aos ataques, disseram participantes do mercado.

Ainda no domingo, após as invasões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal (DF) e, na madrugada desta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento por 90 dias do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Também nesta segunda, os chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário disseram em nota conjunta que rejeitam o que chamaram de "atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas".

Enquanto isso, a polícia do DF e o Exército desmontaram nesta segunda-feira o acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no entorno do quartel-general do Exército em Brasília e os integrantes foram levados de ônibus para a sede da Polícia Federal.

"Não teve nenhuma manifestação do Exército ou de partido apoiando institucionalmente esse tipo de coisa", disse Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, em referência aos ataques realizados na véspera na capital federal. Ele acrescentou, porém, que fica no mercado a dúvida sobre se os ataques bolsonaristas vão continuar.

Para o Citi, sem qualquer apoio institucional, os ataques devem ser de curta duração e não ter grandes implicações diretas no Brasil. "Qualquer recuo nos preços dos ativos brasileiros também deve, portanto, ser revertido com relativa rapidez", disse o banco norte-americano em relatório.

O cenário externo também ajudou a limitar os ganhos do dólar frente ao real nesta sessão, segundo participantes do mercado, uma vez que o índice da moeda norte-americana contra uma cesta de pares fortes caía cerca de 0,7% nesta tarde, em meio à redução de temores sobre um aperto monetário agressivo demais por parte do Federal Reserve.

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