Dólar tem dia volátil, mas volta a fechar em queda e termina em R$ 4,05
O dólar teve um dia volátil, mas acabou terminando perto da estabilidade, em R$ 4,0596 (-0,12%). Pela manhã, a moeda americana chegou a cair para R$ 4,04, na mínima do dia. Operadores reportaram saídas de recursos, mas em ritmo menor que em dias anteriores. A alta do dólar no exterior, em novo dia de preocupações com o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, também impediu queda maior aqui.
Apenas neste mês, até o dia 13, US$ 13,1 bilhões deixaram o Brasil pelo canal financeiro, segundo dados do Banco Central. Na semana passada, saíram US$ 10,4 bilhões. Hoje, o dólar casado (a diferença entre as taxas do mercado à vista e futuro) voltou a ficar positivo, em 0,40 ponto no final do dia, um indício de que as saídas diminuíram.
Segundo um executivo da Tesouraria de um banco, o grosso das remessas e envios ao exterior de empresas e fundos pode já ter deixado o País, mas algum fluxo de saída deve ocorrer até sexta-feira, quando praticamente se encerra o ano para o mercado financeiro.
O dólar já acumula queda de 4,3% no mês. "O ambiente está favorável para o Brasil", disse o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer. Ele observa que investidores estrangeiros estão começando a voltar para o Brasil, em meio às perspectivas de aceleração do crescimento. No último dia 16, os ingressos somaram R$ 891,8 milhões, segundo dados da B3.
Na tarde, as mesas de câmbio monitoraram as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele descartou a volta de um imposto nos moldes da CPMF.
Nas mesas de câmbio, operadores comentaram hoje que fundos de investimento nacionais elevaram as posições vendidas em dólar futuro em US$ 1,1 bilhão somente ontem, de acordo com dados da B3. Essas apostas ganham com a queda da moeda americana. Somente em dezembro, as posições vendidas em dólar dos fundos teve forte aumento, passando de 7,8 mil contratos no fechamento de novembro para 53,2 mil ontem - uma elevação de US$ 2,2 bilhões. Já os investidores estrangeiros reduziram em US$ 8 bilhões suas estratégias compradas em dólar futuro (ou seja, que apostam na alta da moeda americana).