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Dólar tem leva baixa e fecha a R$ 6,03, com atenção voltada para anúncios de Trump

Em janeiro, a moeda norte-americana acumula baixa de 2,39%

21 jan 2025 - 17h09
(atualizado às 17h52)
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Às 17h28 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- tinha leve alta de 0,05%, aos 6,0385 reais.
Às 17h28 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- tinha leve alta de 0,05%, aos 6,0385 reais.
Foto: Reuters

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar fechou a terça-feira em leve baixa ante o real, numa sessão com noticiário esvaziado no Brasil e cautela em relação ao cenário externo, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não anunciar novas tarifas de importação ao assumir o mandato na véspera.

Ao contrário do que ocorreu na segunda-feira, quando realizou dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra no futuro), o Banco Central se manteve longe dos negócios nesta terça.

O dólar à vista fechou em leve queda de 0,18%, aos 6,0313 reais. Em janeiro, a moeda acumula baixa de 2,39%. Às 17h28 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- tinha leve alta de 0,05%, aos 6,0385 reais.

Na segunda-feira, o dólar já havia cedido ante o real após notícias de que Trump não iria impor novas tarifas de importação em seu primeiro dia na Presidência dos Estados Unidos -- o que foi posteriormente confirmado. Por trás do movimento está a percepção de que tarifas não tão elevadas significam inflação e juros não tão altos nos EUA, o que favorece divisas de países emergentes.

A venda de 2 bilhões de dólares ao mercado pelo BC, nas operações de linha, foi outro fator de acomodação para as cotações na véspera.

Nesta terça-feira, porém, o BC não atuou, ao mesmo tempo em que os agentes seguiram atentos à política de Trump e seus desdobramentos nos ativos globais.

"Existe um medo de Trump, mas ao que tudo indica ele vai ter cautela antes de subir as tarifas. O DXY (dólar index) caiu, o euro está se valorizando... o dólar entrou num movimento um pouco melhor", comentou durante a tarde Victor Furtado, head de Alocação da W1 Capital.

Pela manhã o dólar chegou a subir ante uma cesta de moedas fortes, mas à tarde já havia se reaproximado da estabilidade, depois de ter recuado mais de 1% na segunda-feira.

No Brasil, a moeda norte-americana à vista atingiu a máxima de 6,0685 reais (+0,44%) às 9h12, logo após a abertura e em sintonia com o avanço firme no exterior, mas perdeu força até uma mínima de 6,0170 reais (-0,41%) às 15h41. Depois disso, oscilou muito próximo da estabilidade até o fechamento.

"O mercado está digerindo as informações de ontem, sobre quais vão ser as prioridades do governo Trump e seus efeitos ao redor do mundo. É um dia de certa forma de cautela", pontuou Furtado.

Países que estão na mira mais imediata das tarifas de Trump, como México e Canadá, viram suas moedas serem penalizadas mais diretamente nesta terça-feira. O peso mexicano era a divisa que mais se desvalorizava no mundo no fim da tarde e o dólar canadense também estava em queda.

Às 17h25, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,07%, a 108,060.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.

(Edição de Pedro Fonseca e Alexandre Caverni)

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