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Dólar tem leve alta de olho em cenário fiscal e econômico doméstico

12 fev 2021 - 09h21
(atualizado às 10h33)
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O dólar operava em leve alta contra o real na manhã desta sexta-feira, com os investidores digerindo dados sobre a atividade econômica do Banco Central e de olho nas discussões sobre o auxílio emergencial em meio a incertezas persistentes sobre as contas públicas.

Dólar tem leve alta de olho em cenário fiscal e econômico doméstico
07/02/2011
REUTERS/Lee Jae-Won
Dólar tem leve alta de olho em cenário fiscal e econômico doméstico 07/02/2011 REUTERS/Lee Jae-Won
Foto: Reuters

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou contração de 4,05% em 2020, de acordo com os dados divulgados pelo BC nesta sexta-feira.

Em dezembro, o índice apresentou avanço de 0,64% na comparação com novembro, em dados dessazonalizados, contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,40%.

Vários economistas reagiam de forma positiva aos dados, uma vez que parte dos mercados esperava uma contração mais acentuada no acumulado de 2020 e ganhos mais leves no mês de dezembro. "A recuperação da economia surpreendeu até quem era otimista", disse em post no Twitter Rafaela Vitoria, economista-chefe do banco Inter.

Mas a sinalização de retomada econômica conflitava com as persistentes incertezas fiscais brasileiras, com os investidores atentos às conversas em Brasília em torno de mais medidas de estímulo econômico para a população vulnerável, temendo que esses gastos levem ao colapso das contas públicas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na quinta-feira que, para que o governo possa conceder novas parcelas do auxílio emergencial à população afetada pela pandemia da Covid-19, é preciso que o Congresso aprove uma PEC de Orçamento de Guerra que, a exemplo do que ocorreu no ano passado, o autorize a liberar as despesas sem ferir parâmetros fiscais como a regra de ouro e o teto de gastos.

Ainda na quinta, o presidente Jair Bolsonaro reclamou em transmissão pelas redes sociais que o mercado fica "irritadinho" com declarações dele, em meio à admissão do governo que vai topar uma nova etapa do auxílio.

"A realidade e as pressões políticas tornam imperativo o estabelecimento de algum plano emergencial, por parte do governo, para amparar as classes menos favorecidas e que estão sob o risco de pobreza extrema, mas antepondo-se a esta situação está a situação fiscal do país, que não revela fontes de financiamentos imediatas", escreveu Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

Diante desse cenário, ás 10:29, o dólar avançava 0,29%, a 5,4038 reais na venda, enquanto o contrato mas negociado de dólar futuro ganhava 0,62%, a 5,402 reais.

O dólar caminhava para fechar a semana perto da estabilidade contra o real.

No exterior, o índice da moeda norte-americana contra uma cesta de rivais tinha alta de cerca de 0,25% nesta manhã, enquanto peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano, pares arriscados do real, trabalhavam com perdas.

O foco dos mercados internacionais continuava no caminhar de um pacote de estímulo trilionário nos Estados Unidos, que contará com cheques diretos à população afetada pela Covid-19.

A disseminação do coronavírus nas principais economias também ficava no radar, depois que lockdowns rígidos prejudicaram as perspectivas de crescimento em vários países da Europa.

Na véspera, o dólar à vista teve alta de 0,31%, a 5,3881 reais na venda.

Nesta sexta-feira, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em junho e outubro de 2021.

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