Dólar tem queda frente ao real com dados dos EUA e fiscal local em foco
O dólar caía frente ao real logo após a abertura desta quarta-feira, com investidores de olho em dados econômicos dos Estados Unidos que podem oferecer mais clareza sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve, enquanto também monitoram o noticiário local envolvendo os planos fiscais do governo.
Às 9:21 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,57%, a 5,0540 reais na venda.
Na B3, às 9:21 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a 5,0740 reais.
Investidores monitoravam dados norte-americanos, em busca de um melhor direcionamento para os negócios. Nesta quarta-feira, foi divulgado o Relatório Nacional de Emprego da ADP, mais fraco do que o esperado, e ainda serão publicadas leituras de PMI da S&P Global e do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês).
Na sexta-feira, quando os mercados brasileiros estarão fechados por feriado, virá o dado mais aguardado da semana, o relatório de criação de empregos do governo dos EUA.
"Investidores ponderam se os dados da economia norte-americana refletem apenas uma desaceleração controlada ou oferecem o risco de uma recessão mais profunda", disse a XP em nota.
Num geral, dados mais fracos tendem a derrubar o dólar ao reforçar a visão de que o Fed pode ser forçado a interromper seu ciclo de alta de juros em breve, mas, caso cresça a perspectiva de uma recessão, a aversão a risco pode levar a uma fuga para a segurança da divisa norte-americana.
Enquanto isso, no Brasil, "o foco de hoje está na palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e expectativas de comentários sobre arcabouço fiscal e direcionamento dos juros no país", disse o Banco Inter em nota.
Campos Neto iniciou o dia com palestra no Bradesco BBI Brazil Investment Forum, em que reconheceu esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para reduzir os riscos fiscais do país com a apresentação do novo arcabouço para as contas públicas. Às 12h, Campos Neto fala de novo no evento Esfera Brasil.
Nesta semana, Haddad disse que o governo anunciará uma nova rodada de medidas que podem gerar incremento anual superior a 100 bilhões de reais aos cofres federais, citando a restrição de um benefício fiscal dado a empresas, além de tributação das apostas esportivas online e das vendas de comércio eletrônico que classificou como contrabando.