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Dólar tem queda ligeira com eleição nos EUA e juros do Fed em foco

Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar

16 jul 2024 - 09h14
(atualizado às 10h40)
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As contas externas brasileiras fecharam em déficit de US$ 1,7 bilhão em abril
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O dólar tinha uma queda ligeira frente ao real nesta terça-feira, devolvendo os ganhos da véspera, à medida que investidores continuam avaliando a possibilidade de um segundo mandato de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos e do início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve.

Às 9h53, o dólar à vista caía 0,17%, a 5,4353 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,32%, a 5,444 reais na venda

Nesta manhã, os mercados globais seguiam analisando dois fatores em particular: a possibilidade de retorno do ex-presidente Donald Trump à Casa Branca no próximo ano e a expectativa de cortes de juros no banco central dos EUA.

Na sessão de segunda-feira, o dólar se fortaleceu frente a moedas de mercados emergentes, incluindo o Brasil, com a avaliação de que a tentativa de assassinato do candidato presidencial republicano no sábado teria elevado as chances de sua vitória na eleição de novembro.

Os ganhos do dólar se deram por temores sobre o que um novo governo do ex-presidente pode significar para a política comercial global e a alta dos preços, o que prejudicou o apetite por risco.

"O atentado parece ter dado força à campanha... isso tende a colocar um pouco de pressão. Ele é um candidato que tende a defender um crescimento maior, ou seja, (gera) aumento de expectativa de estímulo fiscal", disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

O avanço da moeda norte-americana sobre os emergentes nesta manhã, no entanto, era contido pela expectativa cada vez maior dos investidores de um corte de juros do Fed já em setembro, fomentada por comentários do chair da instituição, Jerome Powell.

Powell disse na segunda-feira que as três leituras de inflação dos EUA no segundo trimestre deste ano "aumentam um pouco a confiança" de que o ritmo de alta dos preços está voltando para a meta do Fed de forma sustentável.

Operadores passaram a precificar a possibilidade de três cortes de juros neste ano, sendo o primeiro na reunião de setembro, seguido de cortes adicionais em novembro e dezembro. Eles apostam em 68 pontos-base de cortes neste ano, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.

O dólar recuava frente ao rand sul-africano, com baixa de 0,2%, e rondava a estabilidade ante o peso mexicano.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,14%, a 104,390, recuperando-se dos menores patamares em cinco semanas.

No cenário nacional, o foco do mercado volta para o Banco Central mais tarde, quando o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, palestra no Fórum anual de Economia e Cooperativismo de Crédito, promovido pelo Sicredi, às 16h.

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