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Dólar vacila frente ao real de olho em CMN e dados dos EUA; fim do semestre deve elevar volatilidade

29 jun 2023 - 09h08
(atualizado às 09h47)
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O dólar rondava a estabilidade frente ao real na manhã desta quinta-feira, em sessão que deve ser marcada por volatilidade na véspera do fechamento do semestre, com investidores à espera da conclusão da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e digerindo dados dos Estados Unidos.

Notas de dólar
14/02/2022
REUTERS/Dado Ruvic
Notas de dólar 14/02/2022 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Às 9:41 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,03%, a 4,8490 reais na venda.

Na B3, às 9:41 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,06%, a 4,8520 reais.

Operadores alertavam para chances de instabilidade nos negócios antes da formação da Ptax de fim de mês e semestre, na sexta-feira. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

No foco do dia, o CMN --formado atualmente pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e do Planejamento, Simone Tebet, além do presidente do BC, Roberto Campos Neto-- deve discutir as metas de inflação, como comumente faz nos meses de junho.

Além de estabelecer a meta de inflação para 2026, o mercado especula ainda sobre a possibilidade de o colegiado determinar nesta quinta-feira que o BC siga objetivo de inflação sem um prazo determinado. Atualmente, a autarquia trabalha com a meta por ano-calendário.

"Vai ser interessante ver como é que vai ser posta a meta de inflação. A preservação da credibilidade da política econômica brasileira e da política monetária vai ser importante para que a gente mantenha esse cenário mais positivo para o real", disse Guilherme Paulo, operador da Manchester Investimentos.

Ele avaliou que o recente desempenho positivo do real é resultado principalmente do nível elevado da taxa Selic, atualmente em 13,75%.

"A taxa de juros aqui no Brasil ainda está em patamar elevado, então isso aí tem mantido um diferencial de juros em relação aos Estados Unidos fortalecido", explicou o operador. "Por mais que os Estados Unidos ainda aumentem a taxa de juros enquanto a gente começa a abaixar a nossa aqui, a nossa taxa de juros real ainda vai ser elevada internamente falando", acrescentou.

O Banco Central indicou na ata de sua última reunião de política monetária que pode iniciar um ciclo de afrouxamento monetário em agosto caso se mantenha um cenário de arrefecimento da inflação.

Enquanto isso, nos EUA, o mercado digeria dados finais mais fortes do que o esperado sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre. A economia norte-americana teve expansão de 2,0% no período, contra expectativa de avanço de 1,4%.

Além disso, menos pessoas do que o esperado entraram com pedidos de auxílio-desemprego na semana passada.

Embora afastem temores de recessão na maior economia do mundo --o que jogaria a favor do apetite por risco nos mercados globais-- os dados desta quinta-feira também podem reforçar os argumentos para que o Federal Reserve eleve sua taxa de juros mais duas vezes este ano, o que tenderia a impulsionar o dólar.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8506 reais na venda, com alta de 1,09%.

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