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Dólar vai a R$4,14 e tem maior alta em 2 meses com incertezas sobre fluxos

13 jan 2020 - 18h05
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O dólar começou a semana em firme alta de mais de 1% ante o real, na maior valorização diária em mais de dois meses e para o maior patamar em cerca de um mês, puxado por compras defensivas diante de posição técnica frágil e tendo como pano de fundo cenário ainda de carência de ingressos de recursos.

REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Foto: Reuters

A moeda norte-americana também se fortalecia ante outras divisas de risco nesta sessão, sobretudo da América Latina, mas o real liderou as perdas nos mercados globais de câmbio.

No mercado interbancário, o dólar fechou esta segunda-feira em alta de 1,18%, a 4,1423 reais na venda.

É a maior alta percentual diária desde 8 de novembro de 2019 (+1,83%). O nível é o mais alto para um encerramento desde 10 de dezembro de 2019 (4,1486 reais na venda).

Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,12%, a 4,1440 reais, por volta de 17h30.

O dólar sobe em sete das oito sessões de 2020, acumulando no período valorização de 3,22% --o que deixa o real na lanterna neste começo de ano entre 33 pares do dólar.

Segundo Alysson Lima, sócio responsável pela área de câmbio da BlueLine Asset, a alta do dólar nesses últimos dias tem sido puxada por uma correção tanto global quanto doméstica em termos de expectativas. Ele lembra que, em dezembro, investidores venderam dólares em todo o mundo. No Brasil, a moeda caiu mais de 5%, com gestores e operadores à espera de um retorno do fluxo cambial.

"Mas o ano começou, e o fluxo não tem vindo. E isso tem pegado um mercado com posição técnica que parece frágil", disse, acrescentando que as compras de dólares estão ocorrendo por demanda de fundos quantitativos --cujas estratégias de investimento são executadas via algoritmos.

De acordo com dados da B3, fundos locais venderam em dezembro um total de 8 bilhões de dólares em dezembro passado (considerando contratos de dólar futuro, cupom cambial e swap cambial). Com isso, zeraram posição comprada na moeda norte-americana.

O que pode dar algum alívio ao real, segundo analistas, é justamente a expectativa de que o fluxo cambial melhore. Depois do pior dezembro e ano da história em termos de saída de recursos em 2019, o fluxo cambial ficou negativo em 855 milhões de dólares apenas nos dois primeiros dias úteis de janeiro. A esperança é que ofertas de ações previstas para os próximos meses ajudem a reverter esse número.

O Morgan Stanley ainda coloca o real na lista de apostas positivas para alocação, junto com peso mexicano , peso colombiano , iuan chinês e rublo russo , mas com menor convicção do que rupia indiana e peso chileno .

Dentre os elementos que compõem o modelo de alocação, o retorno de taxa de juros é o fator que mais contribui para as expectativas de lucros na alocação, mas também é o ponto fraco do real, já que a taxa de juros no Brasil segue na mínima histórica e abaixo das taxas em vários emergentes.

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