Dólar vai continuar subindo em 2025? Veja projeções
O ano de 2024 foi marcado por uma forte valorização do dólar frente ao real, o que gerou preocupações para os economistas e investidores sobre o que esperar de 2025. A moeda norte-americana iniciou 2024 cotada a R$ 4,85, mas terminou o ano em patamares recordes.
Em dezembro, a divisa estadunidense ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 6, atingindo R$ 6,29 no dia 18. Esse desempenho representa uma alta acumulada superior a 20% no ano, em meio às pressões fiscais e monetárias no Brasil.
A instabilidade do câmbio esteve diretamente ligada a uma combinação de fatores internos e externos. Medidas como a proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, junto com cortes de gastos anunciados pelo governo no final de novembro, geraram incertezas sobre o cenário fiscal do país. No dia seguinte ao anúncio dessas medidas, o dólar disparou, alcançando R$ 6,11 durante a sessão.
O dólar vai continuar subindo em 2025?
As perspectivas para o dólar em 2025 permanecem desafiadoras. De acordo com as estimativas divulgadas em novembro pelo Itaú Unibanco, a moeda deve fechar o ano a R$ 5,70, ante uma projeção anterior de R$ 5,20.
Para a instituição financeira, o risco fiscal no Brasil também pesa na balança. "O pacote de gastos anunciado pode ser insuficiente para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal até 2026", alerta o Itaú. A instituição ainda projeta a taxa Selic chegando a 15% no próximo ano, maior nível desde 2006.
O Santander tem uma projeção semelhante, com o dólar cotado a R$ 5,80 até o final de 2025. Já o BTG Pactual estima que a moeda norte-americana pode atingir R$ 6,25. "Ações do governo que minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções cambiais podem levar o câmbio a ultrapassar R$ 7 no próximo ano", avalia o banco.
Além do cenário doméstico, fatores externos também aumentam a volatilidade cambial. A possível retomada de políticas econômicas protecionistas nos Estados Unidos, sob a liderança de Trump, tende a impulsionar o dólar globalmente, o que intensifica as dificuldades para o real.