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Dólar volta a cair e fecha aos R$5,92, com discurso de Trump em Davos

Esta é menor cotação desde 27 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,91

23 jan 2025 - 17h14
(atualizado às 17h36)
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Na máxima da sessão desta quinta-feira, às 9h54, o dólar à vista foi cotado a 5,9716 reais.
Na máxima da sessão desta quinta-feira, às 9h54, o dólar à vista foi cotado a 5,9716 reais.
Foto: Reuters

SÃO PAULO (Reuters) -O mercado de câmbio brasileiro deu continuidade nesta quinta-feira ao movimento recente de retirada de prêmios de risco das cotações, o que fez o dólar fechar em queda e se reaproximar dos 5,90 reais, ajudado ainda pela perda de força da moeda norte-americana no exterior.

O dólar à vista fechou em queda de 0,35%, aos 5,9255 reais -- a menor cotação desde 27 de novembro do ano passado, quando encerrou em 5,9141 reais. Em janeiro, o dólar acumula baixa de 4,10%.

Às 17h09, o dólar para fevereiro na B3 -- atualmente o mais líquido -- caía 0,29%, aos 5,9350 reais.

Após ter encerrado a quarta-feira abaixo dos 6,00 reais pela primeira vez em 2025, o dólar ensaiou uma recuperação no início desta quinta-feira, em meio à incerteza nos mercados globais sobre as tarifas de importação a serem adotadas pelos EUA no novo governo de Donald Trump.

Na máxima da sessão, às 9h54, o dólar à vista foi cotado a 5,9716 reais (+0,43%).

Mas ao longo da manhã o dólar foi perdendo força ante o real, com parte dos investidores dando continuidade à retirada de prêmios de risco vista na véspera.

"O que tem acontecido mais recentemente é um pouco de alívio dos prêmios que vêm desde a eleição (de Trump), principalmente por conta da questão de tarifas", comentou durante a tarde o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima.

"Trump sugere que vai fazer mudanças, mas ainda não explicitou. A gente sabe que vai ter (mais tarifas), a questão é saber o quanto e quando", acrescentou.

No início da tarde, comentários de Trump em evento do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, contribuíram para suavizar as taxas de juros no mercado norte-americano de títulos e fizeram o dólar perder força ante outras divisas, incluindo o real.

Trump afirmou que as empresas globais devem fabricar produtos nos EUA, caso queiram evitar tarifas, mas não anunciou medidas concretas ou fez novas ameaças específicas. Na prática, o discurso manteve a avaliação de que, por enquanto, nada muda em matéria de tarifas.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que, sem medidas tarifárias concretas, o mercado, que estava pronto para comprar moeda com o discurso de Trump, demonstrou certo alívio com o discurso considerado "ameno".

Em reação, a moeda norte-americana perdeu força ante várias divisas no exterior e o dólar chegou a oscilar abaixo dos 5,90 reais no Brasil. Às 14h50, já após a fala de Trump, o dólar à vista atingiu a mínima de 5,8736 reais (-1,22%).

No mercado, uma avaliação recorrente é a de que o dólar terá dificuldades para atingir cotações ainda mais baixas ante o real, de forma sustentável, em função da questão tarifária nos EUA e da desconfiança em relação à política fiscal do governo Lula. Sobre o Brasil, profissionais têm lembrado que o recesso parlamentar termina em fevereiro e que o equilíbrio fiscal segue como o principal desafio.

No exterior, às 17h15, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,24%, a 108,010.

Pela manhã o Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.

(Edição de Pedro Fonseca)

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