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Drex, CBDCs, contratos inteligentes? Confira o glossário das moedas digitais oficiais dos países

Projeto piloto da moeda do BC brasileiro avança para nova etapa, em parceria com instituições financeiras; lançamento pode ocorrer ainda neste ano

20 jan 2025 - 10h43
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Quando o Pix foi lançado, no fim de 2020, as dúvidas dos brasileiros eram muitas. Quatro anos depois, se tornou o meio de pagamento mais usado no País, segundo pesquisa divulgada recentemente pelo Banco Central (BC). O porcentual dos que disseram que utilizam o Pix com maior frequência saltou de 16,7% em 2021 para 46,1% no fim de 2024, superando o dinheiro - queda de 41,7% para 22% no período.

Num único dia, 6 de dezembro, foram realizadas 250,5 milhões de movimentações, totalizando volume financeiro de R$ 124,3 bilhões. É o recorde atual, de acordo com o BC. O pico anterior havia sido registrado em 29 de novembro, com 239,9 milhões de transações.

Prestes a entrar em uma nova fase na Etapa 2 do projeto-piloto, o Drex, como foi batizada a moeda digital oficial do BC (CBDC), deve passar por um processo semelhante quando for lançado. A entrada em vigor do Drex pode ocorrer ainda neste ano.

Quer entender um pouco mais sobre as tecnologias e as nomenclaturas que fazem parte do universo Drex? Confira aqui um glossário com as principais palavras:

Blockchain

Essa tecnologia é uma rede de computadores que armazena e compartilha dados em cadeia. O sistema é descentralizado mas as máquinas são interligadas por uma espécie de malha transparente que permite verificar todos os pontos, registrando qualquer alteração. É como se fosse um livro contábil. Com o blockchain, todos da rede têm acesso às transações e não é possível que um controlador central altere os registros.

CBDC

Sigla para Central Bank Digital Currency ou moedas digitais de banco central. Com elas é possível reduzir a burocracia dos intermediários bancários, diminuir os custos atrelados ao papel-moeda e permitir a rastreabilidade do dinheiro, o que ajudaria a combater a lavagem de dinheiro e evitaria fraudes. O Drex, nome anunciado para a CBDC brasileira, tem as mesmas garantias e segurança do real físico.

Criptomoeda

São moedas digitais criadas em blockchain, usando um sistema descentralizado de criptografia que assegura a validade e o registro das transações. Podem servir como meio de pagamento, mas acabam sendo mais usadas para investimentos, em razão de sua volatilidade. A mais antiga criptomoeda é o Bitcoin (BTC), lançada em 2008 por um artigo atribuído a Satoshi Nakamoto (não se sabe se é uma pessoa ou um grupo de desenvolvedores) e até hoje uma das mais valorizadas. Criada em 2015 por Vitalik Buterin, o Ethereum (ETH) é uma criptomoeda e também uma plataforma para smart contracts e aplicações descentralizadas (dApps). Criptomoedas se diferem das CBDCs, que são moedas oficiais de bancos centrais.

DREX

Nome escolhido para batizar a CBDC brasileira, que desde 2023 vem passando por testes do projeto-piloto. Atualmente, o Banco Central está prestes a iniciar a segunda fase da Etapa 2, já realizando testes bem mais próximos da economia real, sempre em parceria com instituições financeiras. Enquanto o Pix surgiu como iniciativa para democratizar o acesso da população a meios de pagamento, o Drex foi idealizado para facilitar o acesso a serviços financeiros, como investimentos, empréstimos e seguros. Além de permitir a troca entre ativos, por meio de contratos inteligentes (smart contracts), nos quais pessoas físicas e empresas podem realizar transações intermediadas.

Smart Contracts

Contratos digitais registrados em rede blockchain, que permitem a troca de ativos de forma segura. Ou seja, a transação só é realizada se as duas partes envolvidas cumprirem o que estava acordado. É muito citado por especialistas o exemplo da negociação de venda de um carro. Com um contrato inteligente, há uma intermediação entre comprador e vendedor, na qual a transferência de propriedade (DUT) só ocorreria mediante o depósito do valor, nas condições que tiverem sido definidas pelas partes.

Stable Coins

São criptoativos que têm valor atrelado a algum ativo fora do mundo cripto, como uma moeda oficial de um país. A principal stable coin é a Tether (USDT), criada em 2014 pela Tether Limited. Seu valor é lastreado ao dólar americano, oferecendo estabilidade e sendo usada como meio de troca em transações. Outra muito conhecida é a USDC, com paridade de 1 para 1 ao dólar.

Tokenização

Transformar um bem qualquer em sua representação digital, registrada em uma rede blockchain, tecnologia de criptografia que sustenta as criptomoedas e outros ativos digitais. Os tokens podem, inclusive, ser fracionados e vendidos a preços menores. Um dos objetivos da tokenização na economia é propiciar a criação de produtos de investimento.

Tokens

São títulos digitais que representam a posse de ativos ou uma fração deles. Isso tudo ocorre dentro da tecnologia blockchain, que permite que os tokens sejam registrados e negociados. Existem tokens fungíveis e os não fungíveis, conhecidos como NFT (Non-Fungible Tokens). Os fungíveis podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Já os não fungíveis (NFTs) são para ativos com características únicas, como uma obra de arte. É possível, por exemplo, comprar um token imobiliário para receber um percentual da venda ou do aluguel que corresponde a uma fração do imóvel; ou ainda token de precatórios, para lucrar em cima da diferença de valores quando ocorrer o pagamento da dívida pela Justiça. As criptomoedas também são tokens. Com reportagem de: Bruna Rocha, Carol Poleze, Ellen Travassos, Felipe de Paula, Gabriela Pessanha, Guilherme Schanner, Henrique Mendonça, Isabel Lima, João Pedro Adania, Juliana Alves, Karoline Guimarães, Leonardo Godim, Luana Simões, Lucas Keske, Luis Antonio, Maria Carolina Gonzalez, Maria Magnabosco, Mariana Souza, Mateus Mello, Nino Guimarães, Paula Bulka Durães, Pedro de Paiva, Sofia Missiato Barbuio e Vitor Queiroz

Estadão
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