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Drex não é Pix: entenda o que é a moeda digital e como ela vai funcionar

O Banco Central ‘batizou’ a primeira moeda digital do Brasil e o recurso deve ser liberado ao público até o fim de 2024

8 ago 2023 - 11h55
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O Drex é uma representação digital do Real, a moeda soberana brasileira
O Drex é uma representação digital do Real, a moeda soberana brasileira
Foto: Reprodução/iStock/AntonioSolano

O Banco Central deu mais um passo no projeto da primeira moeda digital do Brasil: o Real Digital foi batizado de Drex. Apesar de ter sido chamado de ‘primo do Pix’ por representantes da autoridade monetária, que anunciaram o nome do recurso nesta segunda-feira, 7, a tecnologia não tem a mesma finalidade do queridinho Pix. Então, afinal, o que é o Drex?

O que é o Drex?

Drex é o nome da moeda digital de banco central (da sigla em inglês CBDC, Central Bank Digital Currency). Essa moeda digital terá o mesmo valor do papel-moeda que circula no País. Sendo assim, o Drex é uma representação digital do Real, a moeda soberana brasileira. Cada R$ 1 valerá 1 Drex e esse valor não sofrerá alterações. 

A criação do Drex está sendo estudada pelo Banco Central do Brasil desde 2020. Em julho deste ano tiveram inícios os testes com a plataforma piloto do Real Digital e a expectativa é que a moeda digital seja liberada ao público até o final de 2024. 

Qual a diferença do Drex e do Pix?

O Pix é um serviço de transferência instantânea. Já o Drex é o dinheiro, em si.

  • Pix é um serviço de transferência instantânea criado pelo Banco Central com o intuito de democratizar o acesso ao meio de pagamento. É um serviço assim como transferências TEC e DOC. 
  • Drex é uma extensão digital do Real, sendo equivalente ao dinheiro em circulação regulamentado pelo Banco Central. Drex é a moeda brasileira, literalmente. Ele foi criado com o intuito de facilitar o acesso a serviços financeiros. 
  • Como o Drex irá funcionar?

    A moeda digital será atrelada a uma plataforma que poderá ser utilizada por meio de aplicativos de bancos, instituições financeiras e fintechs autorizadas. O intuito do Banco Central é que esse espaço disponibilize novos serviços financeiros com menores custos. 

    Essa democratização dos serviços, como empréstimos e investimentos, será possível por conta da tecnologia blockchain - a mesma usada na criação de criptomoedas como a bitcoin.

    Aristides Cavalcante, chefe do escritório de Inovação e Segurança Cibernética do BC, explicou durante o anúncio da marca Drex que o blockchain permite que ativos digitais sejam transferidos entre partes sem a necessidade de um intermediário. Aliado a isso, a tokenização destas transferências garante a segurança.

    • O que é tokenização?
    • Nesse caso, token é uma ‘chave privada’ vinculada às movimentações feitas no sistema blockchain. Com essa chave, por exemplo, a pessoa tem acesso à sua ‘carteira digital’. Com a tokenização dessas transferências, a ‘chave’ fica aos cuidados de alguma instituição financeira que pode verificar a autenticidade dos processos e garantir que a chave não seja ‘perdida’.

    Sendo assim, o Drex é construído para existir em um ambiente mais automatizado, com menos custos de intermediação. Na prática, o dinheiro que a pessoa tiver em seu aplicativo de banco poderá ser tokenizado no formato Drex, podendo ser utilizado nesse amplo sistema promete disponibilizar serviços financeiros mais acessíveis.

    O Banco Central divulgou o nome do real digital e a identidade visual da 'marca' nesta segunda, 7
    O Banco Central divulgou o nome do real digital e a identidade visual da 'marca' nesta segunda, 7
    Foto: Reprodução/Banco Central

    Drex é uma criptomoeda?

    O Drex é uma representação da moeda nacional dentro do ambiente de ativos digitais, seguindo a tendência mundial de tokenização da economia. Mas, apesar de ser digital, não é um criptoativo como a bitcoin e o ethereum - que não são regulados por autoridades monetárias e que tem sua cotação atrelada à fluidez de demanda e de oferta. 

    Em nota, o BC frisa que uma criptomoeda não é um meio de troca, de reserva de valor e de unidade de conta, tendo as características de um ativo e não de uma moeda. 

    Dá para sacar o dinheiro em Drex?

    Até o momento, o Banco Central está focando na usabilidade on-line da moeda digital. Mesmo assim, a possibilidade de a moeda digital passar para o universo off-line não foi descartada e segue em fase de estudos. O coordenador da iniciativa Real Digital, Fabio Araujo, explica que pode existir um cartão inteligente onde a pessoa carregue seus tokens e os utilize sem estar conectado à internet.

    “Estamos trabalhando nessa tecnologia. Temos algumas propostas interessantes, mas  ainda não temos um padrão consolidado para isso. Estamos trabalhando mais na parte online. Se você quiser sacar, te aconselho a sacar o dinheiro no papel”, complementou Araujo, durante a live do anúncio da marca Drex, nesta segunda, 7.

    Por que ter uma moeda digital?

    • - Reduzir o uso de dinheiro em papel e aumentar a bancarização

    Dados do Banco Central revelam que apenas 3% do dinheiro disponível para operações do país estão no formato de papel. Seguindo esta tendência, o Drex pode impactar na diminuição da emissão de novas cédulas e moedas.

    Além disso, com a aproximação do brasileiro às transações virtuais por meio de aplicativos de bancos, por conta do suecesso do Pix, a ideia é que o Drex influencie no processo de bancarização da população. A moeda digital também sendo desenvolvida para ser segura e seguir as premissas do arcabouço regulatório do setor - incluindo o sigilo bancário e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

    • - Menos golpes

    O sistema de blockchain e tokenização permite a utilização de tecnologias smart contracts, uma forma de prevenir golpes tornando processos de trocas de ativos mais seguros e baratos.

    Aristides Cavalcante, da Inovação e Segurança Cibernética do BC, explica que códigos computacionais dentro da plataforma blockchain permitem que ativos - sejam eles quais forem - sejam trocados de forma justa, com ambos os envolvindos tendo certeza que receberão suas partes.

    Sendo assim, por exemplo, alguém que está comprando um carro pode trocar de forma segura o dinheiro com a documentação do veículo. Utilizando o Drex e a tecnologia ao seu entorno, uma plataforma está sendo preparada para operações do tipo. 

    • - Estimular concorrência no ambiente virtual

    Mais de 80% dos bancos centrais do mundo estão desenvolvendo moedas digitais, de acordo com levantamento do Banco de Compensações Internacionais (BIS). Em outubro de 2020, as Bahamas foram pioneiras lançando sua CBDC. Países como China, Estados Unidos e Japão também têm suas próprias moedas digitais.

    Fonte: Redação Terra
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